TEOTÔNIO LEMBRA A LUTA DO MENESTREL DAS ALAGOAS PELA ANISTIA



Aparentemente derrotado pelas restrições da lei, Teotônio no íntimo comemorava o fato de que, após a anistia, o regime e o governo jamais seriam os mesmos, afirmou nesta quarta-feira (dia 18) o senador Teotônio Vilela Filho referindo-se à Lei 6.683, a Lei de Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente João Figueiredo, e ao seu pai, considerado um dos principais lutadores pela anistia.- De fato, a anistia que nasceu restrita apressou a revisão dos processos com tal rapidez, que em poucos meses as prisões estavam vazias. Voltaram os exilados, criando o que o então deputado Roberto Freire anunciou como uma nova correlação de forças políticas no Brasil - recordou o senador. Teotônio Vilela Filho lembrou que, ainda em 1968, o menestrel Teotônio levantava em discurso no Senado a necessidade de anistia. Em 74, surgia o Movimento Feminino pela Anistia, liderado por Terezinha Zerbine. Segundo o senador, Teotônio entrou de corpo e alma na luta e "sem qualquer ordem judicial ou salvo conduto, bateu às portas das prisões de todo o país, descobrindo e revelando a intolerância contra os presos políticos e os abusos praticados nas masmorras do regime".- Diante de muitos, sequer conseguiu conter a emoção. Ouvindo o relato de torturas sofridas por ex-prisioneiros paulistas Teotônio pediu perdão por não ter sabido antes de todo aquele horror - recorda o senador.Para Teotônio Vilela Filho, se a missão de ontem era redemocratizar o Brasil, o desafio de hoje é torná-lo mais justo, assinalando que "como ontem sonhamos o sonho da anistia, hoje construímos juntos o sonho do desenvolvimento e da justiça social".

18/08/1999

Agência Senado


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