TEREZA GROSSI É APROVADA PELA CAE PARA DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DO BC



O nome de Tereza Cristina Grossi Togni, indicada por Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, para ocupar a chefia do Departamento de Fiscalização do Banco Central, foi aprovado hoje (dia 21) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) por 22 votos favoráveis, todos da base governista. O Bloco Oposição retirou-se antes de iniciada a sabatina e não votou a indicação, assim como os senadores peemedebistas Pedro Simon (RS) e Roberto Requião (PR). Caberá agora à Mesa do Senado definir a data em que a indicação será submetida ao plenário.Os 22 senadores que aprovaram o nome da funcionária de carreira do Banco Central acompanharam o parecer favorável apresentado por Jorge Bornhausen (PFL-SC). No seu relatório, o senador opôs-se ao argumento oposicionista de que o nome de Tereza Grossi deveria ser rejeitado por ela ter sido indiciada em duas ações por improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público.Para Bornhausen, as ações "estão em primeira instância, em fase de complementação de contestações, sem quaisquer decisões iniciais". Além disso, duas cautelares de indisponibilidade de bens, de afastamento das funções públicas e de quebra do sigilo fiscal foram parcialmente aceitas por juiz federal. Ainda assim, foi aceita pela Justiça a indisponibilidade de bens dos diretores do Banco Central citados nas ações, excluídos os funcionários e "não atingindo, portanto, a indicada". Finalmente, a própria liminar já foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal (TRF).Caso venha a assumir o cargo, Tereza Grossi disse que dará prioridade ao Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros e solicitou a colaboração do Congresso no que diz respeito à aprovação das leis necessárias ao melhor desempenho da fiscalização do sistema financeiro. O Departamento, com 635 servidores públicos, 84 lotados em Brasília e o restante nas regionais, fiscalizam 196 bancos comerciais e múltiplos, 513 outras instituições bancárias, 2.500 fundos de investimentos, mais de 1.200 cooperativas de crédito e em torno de 400 administradoras de consórcios, distribuídos em 3.700 municípios e 25 mil agências ou postos de atendimento. "Os números bastariam para demonstrar as dificuldades da fiscalização", afirmou a indicada.Os senadores Luiz Otávio (PA), Romeu Tuma (PFL-SP) e Gerson Camata (PMDB-ES) interpelaram Tereza Grossi sobre o sistema financeiro e sua fiscalização, enquanto o líder do governo, José Roberto Arruda (PSDB-DF) reafirmou seu argumento de que ela não teve poderes decisórios no episódio de socorro aos bancos Marka e FonteCindam. Seu voto favorável, disse ele, foi dado em homenagem aos servidores públicos, "porque trata-se de defender os servidores públicos concursados".

21/03/2000

Agência Senado


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