Teste rápido de sífilis congênita será incluído em programa para gestantes do SUS
O objetivo é eliminar a transmissão da doença de mãe para filho, até o ano de 2015
Foram apresentadas, na quarta-feira (3), as ações que estão sendo realizadas para implantação do teste rápido de sífilis congênita na rede de Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é eliminar a transmissão da doença de mãe para filho, até o ano de 2015.
As ações foram apresentadas durante videoconferência com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Dados de 2011 apontam que são cinco casos de sífilis em mulheres para cada mil nascimentos. O comprometimento do Brasil para a eliminação da sífilis congênita, até 2015, faz parte dos Objetivos do Milênio.
Até o fim do ano, 340 mil testes serão enviados aos estados, que deverão utilizar o exame na estratégia Rede Cegonha, qualificando, assim, o pré-natal que é ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS).
“A detecção precoce da doença possibilita o tratamento para que não haja risco de transmissão da gestante para o bebê”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Por isso, para que o diagnóstico e tratamento sejam eficazes, é importante a realização do teste rápido durante o pré-natal.
Fazem parte das estratégias de apoio do ministério para implantação do teste na Atenção Básica a divulgação do material para capacitação de multiplicadores no âmbito da Rede Cegonha, disponível na página especial da rede, e a realização de videoconferências específicas com as coordenações de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), Atenção Básica e Saúde da Mulher.
Esses encontros acontecem mensalmente e têm a função de acompanhar o andamento da implementação do teste e das ações de redução da mortalidade materna nos estados.
De acordo com o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, é importante que os estados elaborarem um plano de eliminação da sífilis congênita. “Nós vamos dar todo apoio, mas é importante a mobilização de municípios e dos estados”, enfatizou.
A doença
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura. Com o desaparecimento dos sintomas, o que acontece com frequência é as pessoas se despreocupam e não buscarem o diagnóstico e o tratamento.
Sem o atendimento adequado, a doença pode comprometer a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. E, se não tratada, a sífilis pode até levar à morte.
A sífilis congênita é a transmissão da doença de mãe para o bebê, também conhecida como transmissão vertical. A infecção é grave e pode causar má-formação do feto, aborto ou morte da criança.
O diagnóstico se dá por meio de exame de sangue, que deve ser prescrito no primeiro trimestre da gravidez. O recomendado é refazer o teste no terceiro trimestre da gestação e repeti-lo antes do parto, já na maternidade.
Além da transmissão vertical, a doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado e por transfusão de sangue contaminado. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.
OMS
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano no mundo ocorrem aproximadamente 12 milhões de novos casos da doença. No Brasil, as estimativas da organização de infecções de sífilis por transmissão sexual, na população sexualmente ativa, a cada ano, são de 937 mil casos.
Rede Cegonha
Lançada em março do ano passado pelo governo federal, a Rede Cegonha é um programa que visa garantir atendimento de qualidade a todas as gestantes pelo SUS, desde a confirmação da gestação até os dois primeiros anos de vida do bebê. Ela terá atuação integrada às demais iniciativas do sistema para a saúde da mulher.
A rede prevê, ainda, a qualificação dos profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento às mulheres durante a gravidez, parto e puerpério (pós-parto), bem como a criação de estruturas de assistência, como a Casa da Gestante e a Casa do Bebê, e os Centros de Parto Normal, que funcionarão em conjunto com a maternidade para humanizar o nascimento.
As boas práticas de atenção ao parto e nascimento serão exigidas nas maternidades. Uma delas é o direito a acompanhante de livre escolha da mulher durante todo o trabalho de parto. O ambiente em que a mulher dará a luz deve ser adequado para oferecer privacidade e conforto para ela e seu acompanhante. A mulher tem acesso a métodos de alívio da dor e a possibilidade de ficar em contato pele a pele com seu bebê imediatamente após o nascimento, prática que é benéfica para os dois.
Com ações que vão desde o planejamento reprodutivo até o segundo ano de vida do bebê, a Rede Cegonha vem qualificando e ampliando a assistência à mulher e ao bebê. A estratégia já conta com a adesão de mais de 4.759 municípios brasileiros.
Estima-se que, atualmente, 91,5% do total de gestantes usuárias do SUS serão atendidas pelo programa.
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Fonte:
Ministério da Saúde
Portal Brasil
04/10/2012 15:31
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