Tião quer revisão de medida que transfere geração de energia do Acre para Rondônia



O senador Tião Viana (PT-AC) fez um apelo nesta sexta-feira (16) ao ministro de Minas e Energia, José Jorge, e ao presidente da Eletronorte, José Antonio Muniz Lopes, para que revejam a decisão de transferir a geração de energia do Acre para Rondônia. O senador explicou que a empresa está mediando a entrada de geradoras e produtoras de energia no local buscando a concentração de energia, não atendendo ao interesse estratégico dos estados. Tião alertou que o problema poderá provocar crise social e desemprego em massa, deixando o Acre à margem do desenvolvimento. A situação é de risco e exige uma decisão inteligente e estratégica, disse.

O senador informou que a bancada do Acre esteve reunida e propôs audiência com o ministro José Jorge e um debate sobre o assunto na Câmara dos Deputados. Segundo o senador, a bancada defende uma parceria com a Eletronorte e pede à iniciativa privada, presente na Amazônia Ocidental, que promova avanços no setor, mas que o modelo estatal tenha consciência de que não pode haver prejuízo às políticas de auto-suficiência de consumo energético na região.

De acordo com Tião Viana, a região herdou uma distribuição de energia muito rarefeita, com pouco incentivo dos setores produtivos, observando que no momento está ocorrendo uma transformação do modelo com a entrada de empresas e setores interessados na produção de energia para a Amazônia Ocidental. O senador lembrou que o governo do Acre tem ponderado à presidência da Eletronorte que não abra mão da necessidade de o estado ter uma unidade de geração de energia para não ficar na dependência de uma linha elétrica de Rondônia. O parlamentar disse esperar que a medida tenha ocorrido apenas por um erro estratégico da empresa, mas observou que o papel da Eletronorte não é somente o de agir a favor de interesses privados na Amazônia Ocidental.

O senador Edison Lobão (PFL-AM), afirmou, em aparte, que conhece o ministro e o presidente da Eletronorte e que duvida que eles tomassem uma atitude a favor de interesses privados.

16/11/2001

Agência Senado


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