Tião Viana: "A vida democrática respeita a decisão da maioria"
Ao analisar o resultado da votação do projeto de resolução que decretava a perda do mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), favorável ao presidente da Casa, o 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), afirmou que "a vida democrática respeita a decisão da maioria". Tião Viana presidiu a sessão secreta em que foi votado o projeto de resolução.
- O senador Renan continua no exercício do seu mandato. Isso deve desagradar muito e deve causar tristeza à sociedade brasileira, mas é o preço da democracia - disse
Para o senador, entretanto, o caso não foi encerrado e o sofrimento e a agonia da instituição "são grandes e continuarão". Neste momento, em sua opinião, será necessária altivez dos integrantes da Casa, pois é urgente tentar estabelecer o diálogo entre os partidos até a conclusão dos outros processos contra Renan e evitar a paralisação dos trabalhos no Senado.
- Vamos ver a reação que a oposição vai ter, pois os partidos têm poder de obstrução muito forte - disse.
Existem ainda outros dois processos contra Renan tramitando no Conselho de Ética: sobre o caso Schincariol e sobre a aquisição de veículos de comunicação pelo senador, utilizando-se de terceiros. Há mais uma representação que não foi ainda aceita pela Mesa, baseada em acusação feita pelo advogado Bruno de Miranda Lins de que teria transportado dinheiro a ser distribuído para parlamentares do PMDB, entre eles Renan e Romero Jucá (PMDB-RR). O senador João Pedro (PT-AM), relator do caso Schincariol, deve apresentar seu relatório nos próximos dias.
Sessão tensa
Tião Viana explicou que a sessão foi tensa, com momentos de debate intenso, de confrontos e entendimentos, de julgamento moral e político, e até com insinuações sobre a necessidade de responsabilização de ordem penal. Pelo menos 28 senadores fizeram uso da palavra. Ele assegurou não ter havido interferência do governo na decisão de absolvição de Calheiros:
- Não vi qualquer ação a favor ou contra o senador Renan. Percebi que o governo agiu com isenção e respeitou a decisão majoritária do Senado - ressaltou.
O parlamentar negou ainda que o PT tenha sido decisivo para absolver Renan, afinal "o partido só tem doze parlamentares e não poderia ter assegurado maioria". O que importa, destacou ainda Tião Viana, é que os senadores "debateram com ampla liberdade de pensamento e votaram de acordo com sua consciência".
12/09/2007
Agência Senado
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