Tião Viana aponta avanços no tratamento a doentes mentais



Os avanços no atendimento a pessoas que sofrem de transtornos mentais, a partir da adoção de medidas visando à humanização de tratamentos, foram destacados nesta sexta-feira (10) pelo senador Tião Viana (PT-AC), em discurso no Plenário. Em seu pronunciamento, o parlamentar saudou a passagem do Dia Mundial da Saúde Mental, que se celebra na data de 10 de outubro.

Tião Viana destacou os acertos do atual modelo de gestão em saúde mental implementado no Brasil, o qual segue a prática internacional de adoção de um processo progressivo de substituição das internações hospitalares por cuidados domiciliares. Ele apontou resultados positivos dos novos métodos, baseados no apoio do Estado às famílias que assumem os cuidados pelo paciente, integrando-o ao cotidiano da comunidade.

- O novo modelo busca a restituição da dignidade do doente mental, seu envolvimento com o ambiente familiar, sua integração ao cotidiano da sociedade e com a atividade profissional - explicou ele.

De acordo com Tião Viana, o governo tem ampliado a política de apoio à família que assume o tratamento domiciliar do doente mental. A partir dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), disse, os familiares recebem apoio e acompanhamento permanente de profissionais. No mesmo sentido, o governo assegura o fornecimento de medicamentos e recursos para despesas com o tratamento.

O parlamentar considera essencial a humanização do tratamento e a socialização dos doentes, rompendo com práticas de isolamento e discriminação.

- O tratamento de doentes mentais é um assunto que traz tristes lembranças à sociedade brasileira, pela forma como os loucos foram tratados ao longo dos tempos. Mas hoje sabemos que o caminho mais eficiente é o rompimento com os ambientes de isolamento, com a redução progressiva dos leitos psiquiátricos - frisou ele, ao informar que o país passou de 50 mil leitos hospitalares para esses pacientes, em 2002, para 37 mil leitos hoje, seguindo a tendência da psiquiatria moderna de extinção dos leitos psiquiátricos como unidades de tratamento isoladas.

Para Tião Viana, a sociedade deve tratar com naturalidade o transtorno mental, sem medo ou preconceito, e buscando a ajuda profissional. A omissão no apoio ao tratamento de doentes mentais, observou, pode levar ao agravamento da doença, resultando até mesmo em crimes violentos.

- A sociedade não deve ver o transtorno mental como impedimento para o afeto, a solidariedade, a proteção e o apoio para o tratamento das vítimas - afirmou o senador.



10/10/2008

Agência Senado


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