TIÃO VIANA DEFENDE DEFICIENTES FÍSICOS
Classificando como perverso, injusto e incompreensível o corte imposto pelo governo nos programas de atendimento a deficientes físicos, o senador Tião Viana (PT-AC) informou nesta quinta-feira (dia 18) que o orçamento previsto para esse setor era de R$1,7 bilhão, estando agora reduzido a R$1,5 bilhão. Para ele, essa é uma "situação delicada, inaceitável e injustificável", visto que cabe ao Estado garantir mecanismos de prevenção das deficiências.Conforme o parlamentar, oficialmente os portadores de deficiência física somam 10% da população brasileira, sendo 5% vítimas de deficiência mental, 2% vítimas de deficiência física, 1,5% vítimas de deficiência auditiva, 1% vítima de deficiência múltipla e 0,5%, de deficiência visual. Ele criticou a fragilidade desses dados, argumentando que o método estatístico colhe, a cada dez domicílios, as informações de apenas um.Na análise de Tião Viana, países de primeiro mundo têm índices maiores de registro de portadores de deficiências físicas, como a Suécia, 19%; os Estados Unidos, 20,6% e a Espanha, 21,8%. Daí por que ele considera estranho que o Brasil, com características socioeconômicas de vulnerabilidade nas políticas públicas e de proteção ao cidadão, apresente apenas 10% de registros, tendo como referência uma estatística realizada pelo IBGE.O senador também registrou que Belo Horizonte registra um caso de deficiência visual a cada 8 horas em crianças recém-nascidas, acometidas exclusivamente pela toxoplasmose, doença infecciosa que ocorre na gravidez. Disse também que a prefeitura de Olímpia (SP) realizou há dois anos um trabalho em benefício dos portadores de deficiência, deixando de lado questões como origem partidária ou envolvimento político do público alvo. Segundo o senador, antes disso, o município registrava 52 mortes em cada mil crianças que nasciam e completavam um ano de idade. Com cinco medidas simplificadas de prevenção, reduziu-se para nove, por mil, o índice de mortalidade infantil. Tião Viana observou que o problema dos portadores de deficiência física não diz respeito apenas à mortalidade, "mas está em torno da mortalidade infantil, da mortalidade perinatal e da condição do nascimento dessas crianças brasileiras".
18/03/1999
Agência Senado
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