Tião Viana recomenda políticas objetivas em favor da infância
Ao inaugurar os trabalhos do 3º Fórum Senado Debate Brasil, o presidente interino da Casa, Tião Viana, definiu o evento como uma importante contribuição para a união de esforços destinados a proteger a criança. Este ano, o fórum discute as políticas para a primeira infância. Referindo-se às crianças que nascem diariamente sem a perspectiva de uma vida saudável, o senador indagou:
- Desses milhões de crianças que saem desse mundo encantado, que é o útero, quantas são acolhidas de fato com amor, com carinho e com afeto?
O presidente interino do Senado afirmou que as mais recentes pesquisas científicas têm comprovado que os primeiros anos de vida são os mais importantes para que os indivíduos possam atingir seu pleno desenvolvimento físico, emocional e intelectual. E explicou que é nessa etapa da vida que ocorre a maior produção de sinapses (conexão entre neurônios) e que o cérebro se estrutura para propiciar a aprendizagem, o entendimento e a comunicação.
Ao pedir que o Brasil se esforce para mudar esse quadro de abandono da infância, Tião Viana lembrou que atualmente aguardam deliberação no Senado 29 proposições relacionadas com planejamento familiar, gravidez de adolescente, exame pré-natal, aleitamento materno, funcionamento de creches, violência doméstica e violência contra a criança. Ele lamentou que essas matérias não produzam conseqüências rápidas e eficazes para a infância.
De acordo com Tião Viana, não se vêem iniciativas interinstitucionais em que Executivo, Legislativo e Judiciário digam objetivamente qual o tamanho da dívida, a ordem de prioridades e o prazo de que o país dispõe para saldar o débito que tem com as crianças. O senador também disse que o Brasil é pródigo em produção legiferante, mas oferece pouca resposta objetiva como sociedade organizada.
- São políticas públicas que avançam setorizadas, mas que não são interligadas. Não há uma interface entre elas. Na verdade, há dívidas que se acumulam sobre os ombros de todos nós - comentou.
No mesmo discurso, Tião Viana disse que, se o Brasil não se devotar a uma agenda objetiva que garanta a proteção da criança, a sociedade "terá muitas lágrimas a chorar sobre o leite derramado".
- E o leite derramado são as tragédias da violência, dos traumas que causam comoção, como vemos nos hospitais, com as radiografias que revelam fraturas sofridas por crianças ao enfrentarem em casa as primeiras manifestações de violência - destacou.28/11/2007
Agência Senado
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