Tião Viana solidariza-se com Greenhalgh



O líder do PT, senador Tião Viana (PT-AC), solidarizou-se nesta segunda-feira (19) com o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), somando-se ao ato de desagravo realizado pelo partido na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O desagravo se deu em resposta à acusação de que o deputado teria ajudado a torturar um dos suspeitos indiciados pelo assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, durante depoimento a promotores do Ministério Público de São Paulo.

Reafirmando ser contrário à "Lei da Mordaça", que prevê punições a procuradores que divulguem informações sobre processos, Tião Viana leu transcrição de discurso feito por José Dirceu no ato de desagravo, em que classifica como "coisa absurda" a acusação contra Greenhalgh e afirma existir "uma impunidade no Brasil para esse tipo de ação política". No discurso, Dirceu também sugeriu que a OAB e o Congresso Nacional analisem a situação. "Há uma violação persistente, permanente, dos direitos constitucionais de inúmeros cidadãos, por setores do Ministério Público e da imprensa brasileira", assinalou o ministro.

O senador Demostenes Torres (PFL-GO), que também é procurador, lembrou que a instituição Ministério Público precisa ser preservada e os maus procuradores punidos. Ele lembrou que, em passado recente, o próprio PT aliou-se ao "vedetismo" de alguns procuradores e utilizou informações que estavam sob sigilo para "macular muitas honras".

- Essa mudança de opinião agora é porque está sendo investigado um membro do PT. Quem está acusando o senhor Greenhalgh não é o Ministério Público, mas um indiciado - afirmou.

Demostenes ainda disse que o ministro Jose Dirceu está sofrendo de uma "crise de mandonismo", por sugerir que o Congresso analise a "Lei da Mordaça", que já foi aprovada na Câmara dos Deputados e está tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que não acredita na acusação e que os excessos do MP precisam ser contidos. Ele pediu que se investigue a atuação "parcial" do procurador baiano Edson Abdon.





19/01/2004

Agência Senado


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