TODOS DEVEM ESTAR À ALTURA DA CRISE, CONCLAMA GERALDO MELO



As diferenças que possam dividir as lideranças políticas do país não devem impedir o reconhecimento de que a questão principal está na capacidade dessas lideranças estarem à altura da crise que o Brasil está enfrentando, disse nesta quarta-feira (13) o senador Geraldo Melo (PSDB-RN). Ele conclamou todos os "homens e mulheres de partido", sem exceção, a criarem a necessária atmosfera de construção de uma realidade que permita a retomada do desenvolvimento nacional.Geraldo Melo partiu do reconhecimento de que a crise é grave e de que há divergências em relação à condução da política econômica entre os partidos e dentro do próprio governo para destacar como estava a economia brasileira antes da implantação do Plano Real. O país não tinha moeda, tomado "por um processo histérico de inflação", com profundos desequilíbrios entre os preços relativos das mercadorias e serviços, sem quaisquer referenciais, lembrou.A ruptura desse processo promovida pela nova moeda permitiu um ordenamento "capaz de alterar o conjunto de expectativas de todos em relação ao dia de amanhã", afirmou, salientando que reconhecer esse fato não implica deixar de reconhecer a crise atual.- Mas estamos cada dia mais misturados uns aos outros, herdeiros dos mesmos desafios - disse.Em relação ao endividamento dos estados, Geraldo Melo avaliou que é preciso estudá-lo e dar-lhe um tratamento responsável, "mas com lápis e papel na mão". Ele citou o caso do Rio Grande do Norte, em que cerca de US$ 500 milhões obtidos com a privatização da empresa estatal de energia elétrica "foram derretidos" ao longo de cinco meses da campanha eleitoral de 1998, usados inclusive para pagamento da folha de pessoal.Em aparte, Gilvan Borges (PMDB-AP) disse que a moratória declarada pelo governo de Minas Gerais teve repercussão, mas que cabe ao governo federal simplesmente aplicar a lei, sem discussão. Lauro Campos (PT-DF), por outro lado, afirmou que a oposição não pode ser responsabilizada "por este barco em que todos nos encontramos", mesmo porque ela não passa de um passageiro de terceira classe. O senador pelo Distrito Federal leu declaração do presidente da República, após encontro em que Lula alertou-o para a profundidade da crise, em que Fernando Henrique assegurava que a comunidade internacional não deixaria o Brasil quebrar.O senador Josaphat Marinho (PFL-BA) registrou que o debate a ser travado no país deve ser nos moldes propostos por Geraldo Melo: "não nega a crise, mas pede que os que apóiam e os que divergem do governo tratem o assunto com isenção, responsabilidade e segurança". Só este respeito recíproco permitirá a resolução da crise, acrescentou.

13/01/1999

Agência Senado


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