”Todos somos responsáveis”







”Todos somos responsáveis”
Pela primeira vez, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o governo federal também é responsável pelo combate à violência. Foi uma mudança de discurso, já que o presidente até agora insistia em afirmar que segurança pública é de competência de estados e municípios. Na primeira reunião ministerial de 2002, Fernando Henrique fez novo apelo para que o Congresso aprove projetos na área da segurança e defendeu maior articulação entre a Polícia Federal e as polícias civis e militares para que o país vença a guerra contra a criminalidade.

Mas admitiu que a falta de segurança não estará solucionada até o fim de seu mandato, no dia 31 de dezembro:

— Quero declarar em alto e bom som: todos somos responsáveis. Por todos quero dizer os governos federal, estadual e municipal. Numa questão dessa natureza não cabe saber quem é e quem não é responsável. Todos somos, historicamente e presentemente. A questão é aguda e é preciso enfrentá-la com coragem.

Ele discursou por duas horas e garantiu que governará com todo empenho até o fim de seus oito anos de mandato. Ao cobrar ação dos ministros neste último ano, Fernando Henrique disse que não aceitará pressões políticas para mudar o rumo do governo, que é manter o controle da inflação. Ele fez um balanço do governo e fixou metas para 2002.

O presidente disse que o combate à violência “não é programa para show”, para dar uma resposta à sociedade. Para ele, o combate à violência deve estar concentrado em três pontos: integração das polícias, serviço de inteligência nacionalmente articulado e recursos financeiros. Fernando Henrique se comprometeu a se esforçar na execução de um programa de segurança pública articulado entre os governos federal, estaduais e municipais, como ocorreu na crise de energia e no combate à inflação.

Em meio às cobranças da opinião pública, garantiu que o governo tratará o problema como prioridade.

— Não fugiremos da luta. Vamos guerrear. O Brasil precisa de paz.

Deixando claro que lutará para que um candidato afinado com o governo vença a eleição presidencial, Fernando Henrique defendeu a continuidade do governo e disse que o povo “não jogará fora” os avanços obtidos.

— Vamos governar até o fim do mandato. Não vamos deixar jogar fora um novo Brasil — disse.

Estes são os principais trechos do pronunciamento do presidente:

FIM DE GOVERNO: Vamos governar até o fim do mandato como se estivéssemos no início do mandato. Estou falando cansativamente para vocês, não para mim. Acredito no Brasil, gosto do Brasil, trabalho pelo Brasil. Não vamos deixar que esse avanço esmoreça no último ano. Este último ano tem que ser de muita força e energia. Ganhei duas eleições dizendo ao povo o que iria fazer e o resultado está aí.

FIM DE GOVERNO II: Ainda temos 11 meses. É muito tempo e não pode ser perdido. Mas não seria humano pedir aos parlamentares que, depois de junho, não se concentrassem em suas eleições. Mas, até lá, dá muito tempo.

ELEIÇÕES E USO DA MÁQUINA: Haverá eleições este ano, fato normal numa democracia. Será ridículo pensar em utilizar a máquina, até porque as máquinas são inúteis para o voto. Isso foi no passado.

CONTINUIDADE: A direção de um Estado democrático responsável, que sirva à cidadania, está marcada. É preciso continuar. É preciso mudar muita coisa, avançar mais. Mas não dizer: joga fora tudo isso que esta aí. Isso é jogar fora um novo Brasil. O país não vai deixar jogar fora um novo Brasil. Vai melhorar, vai mudar, certamente. Quando vier o novo governo, espero que seja muito melhor que o meu. Estarei apto, se estiver vivo, a aplaudir entusiasticamente. Mas não para destruir o que o povo fez. Isso não.

INFLAÇÃO: Enquanto eu for presidente da República, a inflação vai estar na mira para ser controlada. Enquanto eu estiver aqui, não haverá campanha eleitoral, não haverá pressão que altere os objetivos centrais do país, que são os de manter a inflação sob controle.

POBRES: Pode-se dizer que o Brasil já não é um país pobre, mas tem muitos pobres. Pode-se dizer que o Brasil é um país que tem pobre desde que nasceu. Pode-se dizer que o Brasil é um país que deu pouca atenção ao combate à pobreza. Mas não se pode deixar de dizer que começamos a mudar isso.

POBREZA E INCLUSÃO SOCIAL: Nosso drama é a desigualdade social. Temos que atacar isso. O desafio no Nordeste é basicamente o da inclusão social. A retórica contra a pobreza foi eterna no Brasil. Mas a prática, meu Deus! Um país não se muda num ano nem em dez. E estamos redistribuindo renda, sim.

CPMF: Precisamos da votação da CPMF até março. Ou se vota até março ou a cada semana são R$ 400 milhões a menos no Orçamento. E, como vou controlar a questão da inflação, eu vou cortar. Isso é duro, mas é assim. Ninguém gosta de pagar imposto, mas o dinheiro é para quem não tem renda nenhuma.

SEGURANÇA: Todos temos responsabilidade em relação à segurança. Não vamos fugir da luta, vamos guerrear porque o Brasil precisa de paz. Não é programa para show. O Estado tem o monopólio do combate à violência. Ou temos um serviço de inteligência integrado, ou perdemos a guerra.

PENITENCIÁRIAS: É preciso reformar as penitenciárias porque não adianta fazer penitenciária e deixar que ela vire escola de crimes. Não adianta ter armas que vão ser roubadas. Não adianta ter automóvel sem pneu e combustível.

SALÁRIO-MíNIMO: O salário-mínimo nunca foi tão alto na nossa história.

ESTABILIDADE: A estabilidade não foi feita à custa do trabalhador. Não foi estabilidade com recessão.

ENERGIA: Nem tudo foram glórias. Já me referi ao setor energético. Controlamos a crise de energia sem apagão. Foi uma decepção para o ministro do Apagão (Pedro Parente), que passou a ser o ministro da Iluminação.


Presidente desiste de ter Ministério técnico e estuda nomes de políticos
BRASÍLIA. O presidente Fernando Henrique já começou a fazer consultas informais para montar a nova equipe ministerial. Ontem ele reuniu pela última vez o atual Ministério em clima de despedida. Do grupo, apenas três ministros o acompanham desde o início de seu primeiro mandato e ficam com ele até o fim: Pedro Malan (Fazenda), Francisco Weffort (Cultura) e Alberto Cardoso (Gabinete de Segurança Institucional). Malan vai sair em janeiro com a marca de ser o ministro da Fazenda que permaneceu mais tempo no cargo.

Se depender do presidente, a base governista deverá se manter unida pelo menos até junho. A estratégia para garantir esse objetivo, mesmo com as candidaturas de Roseana Sarney (PFL) e José Serra (PSDB), já foi traçada. Fernando Henrique antecipou a alguns aliados, como o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que desistiu de dar um perfil técnico à equipe ministerial que terá de montar a partir de abril, prazo de desincompatibilização para a disputa das eleições. Ele pretende substituir esses ministros políticos por outros políticos, que tenham o aval da própria base. A idéia é garantir a atual correlação de força entre PSDB, PMDB, PFL e PPB.

— Não será um Ministério de secretários executivos, mas representativo — garantiu um dos principais interlocutores do presidente.

Para Fernando Henrique, o rompimento da aliança que dá sustentação ao governo só será mesmo inevitável quando cada um dos partidos aliados formalizar o lançamento de seu candidato à sucessão presidencial. A partir daí, quem não estiver com o candidato do governo — hoje, o ministro da Saúde, José Serra —- estará fora do Ministério. Até lá, a expectativa do presidente é de que o quadro da sucessão esteja mais clar o e, quem sabe, até seja possível a base se unir em torno de um único nome.

Pelo menos 12 ministros deverão deixar o cargo até abril. Serra sairá antes dos demais para se dedicar à campanha.

Eleições no discurso à equipe ministerial

O presidente Fernando Henrique prometeu que agirá com rigor para impedir qualquer tentativa de uso da máquina administrativa para fins eleitorais e avisou que não aceitará pressões políticas para mudar os rumos do governo por causa das eleições de outubro.

Fernando Henrique não deixou de falar na eleição presidencial nas duas horas de discurso na reunião ministerial de ontem. Ele elogiou o ministro da Saúde e candidato do PSDB a presidente, José Serra, destacando sua ação junto à Organização Mundial do Comércio na briga pela quebra das patentes dos medicamentos para tratamento da Aids.

Diplomático, ele começou sua exposição pelos avanços no Nordeste, citando o estado do Maranhão, governado pela candidata do PFL a presidente, Roseana Sarney (PFL). Fernando Henrique gastou quase uma hora falando apenas do Nordeste. O presidente ainda mencionou o senador José Sarney, pai de Roseana. Na primeira vez, criticou o Plano Cruzado lançado no governo do então presidente Sarney, chamando-o de simplista. Na segunda vez, lembrou que partiu de Sarney a proposta de tornar gratuito o tratamento dos portadores do vírus HIV.

Na saída, Serra não quis fazer uma avaliação do peso que o discurso do presidente terá em sua campanha. Ele se limitou a dizer que Fernando Henrique fez uma exposição “equilibrada e que dá uma visão abrangente das ações do governo”.


Ciro e Garotinho tentam aliança em MG
BELO HORIZONTE. Os pré-candidatos à Presidência da República Anthony Garotinho, do PSB, e Ciro Gomes, do PPS, participaram ontem de uma maratona de contatos políticos em Belo Horizonte. O objetivo era o mesmo: formar uma aliança para a sucessão estadual de Minas, possivelmente com um acordo para uma chapa única e um palanque compartilhado por PFL, PMN, PPB, PPS, PSB, PTB, PSL e PV.

Ciro e Garotinho evitam encontro no Minascentro

Com tantos interesses em jogo, as assessorias dos dois pré-candidatos tentaram evitar que Ciro e Garotinho se encontrassem. Ambos estiveram no centro de exposição Minascentro, no centro da cidade, atraindo centenas de pessoas, mas não se viram.

Garotinho, que passara o fim de semana em contatos no Triângulo Mineiro, onde participou do encontro regional do PL, disse que continua com a intenção de ter um vice mineiro em sua chapa. Ele afirmou, no entanto, que prefere esperar mais um pouco antes de acertar o nome. O governador do Rio aguarda a resposta do senador José Alencar, que trocou o PMDB pelo PL no fim do prazo para mudança de partido. Alencar prefere ser candidato ao governo de Minas, mas só confirmará sua intenção se o governador Itamar Franco desistir da idéia da reeleição. Nesta hipótese, ele teria chance de atrair membros do antigo partido e também de filiados de outras legendas, até mesmo do PT.

Já Ciro destacou a importância de surgirem novas candidaturas. Para ele, existe um movimento para que o PSDB e o PMDB polarizem a disputa presidencial, idéia que, segundo ele, é rejeitada pela população.

Ciro elogia conquistas internacionais de FH

O pré-candidato do PPS disse ainda que não quer ser um crítico injusto do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele destacou o que chamou de conquistas do presidente no cenário político internacional, onde teria conseguido dar maior credibilidade ao país, mas errou ao não mudar o Plano Real em sete anos.

— São sete anos de um plano econômico perverso no país — disse Ciro, ex-ministro da Fazenda.


Olivetto: ‘Sinto que vou explodir a qualquer momento’
SÃO PAULO. Um misto de esperança e desespero marcou os 53 dias do publicitário Washington Olivetto no cativeiro, como comprovam os bilhetes que trocou com seus seqüestradores, mostrados ontem pela polícia. Encarcerado num cubículo de um por dois metros, Olivetto, em alguns momentos, se dizia desesperado, muito mal, com fortes dores de cabeça e prestes a sofrer um infarto. Nos bilhetes, fica claro que Olivetto tentou negociar sua libertação, fazendo propostas para o pagamento do resgate, aumentando os valores sempre que sentia seu estado de saúde piorar. No auge do descontrole emocional, ele chega a escrever aos bandidos que teve uma visão.

“Mãe Cleusa do Gantois me apareceu e avisou que eu ia morrer de infarto aqui se eu não resolvesse logo”, diz no bilhete. E prossegue: “Tenho lutado mas estou cada hora pior. Por favor, fiquem de olho. Arrumem um calmante pra valer. Esse não é nada. Ou liberem a bebida com os guardas. Não sou alcoólatra nem vou fazer barulho. Pelo contrário: duas, três doses por período podem me acalmar e me ajudar a não explodir. Estou apavorado”.

Durante o tempo em que esteve no cativeiro, o dono da agência W/Brasil fez muitas anotações, escrevendo em cadernos para passar o tempo. Entre uma e outra anotação, fazia os bilhetes para os seqüestradores, a quem formalmente chamava de senhores.

Os bilhetes também mostram a tentativa de negociar o pagamento do resgate. Ele chegou a fazer uma oferta concreta. “Sobre a minha proposta (...) como já escrevi, é séria. Por isso que mais do que uma entrevista, diálogo, eu estou reivindicando que venham me ouvir alguns minutos. Hoje escrevi que essa é a minha última possibilidade de oferta convincente e isso é verdade. Mas tive uma idéia que vale a pena ouvir”.

Os bilhetes, no entanto, demonstram que a negociação proposta pelo seqüestrado não foi bem sucedida. Em um deles, Olivetto afirma ter perdido a confiança em seus interlocutores. Mais adiante, ele dá um ultimato. “Oferta válida só até o meio-dia de hoje”.

Respostas em textos digitados

Os seqüestradores, por sua vez, respondiam em textos digitados, para não identificar a caligrafia de seu autores. “Lamentavelmente a cifra oferecida pelo senhor é ainda insuficiente para as nossas mínimas expectativas. Valoramos e reconhecemos seu esforço, porém consideramos que a entrevista não vai ser possível neste momento, já que ela é considerada só para encerrar a negociação. Pedimos-lhe tranqüilidade e calma, já que as coisas seguem seu curso original. Continuaremos com a gestão junto da sua família e vamos ver o quê o tempo nos diz. Estamos dispostos a encerrar este assunto, então, se você tem uma oferta realmente importante e significativa pode comunicá-la a nós, que vai ser estudada. Pode contar com os guardas se precisar”.

Em outra resposta, os seqüestradores, misturando português e espanhol, pedem calma a Olivetto. “No adianta fazer insultos para nós”, diz a carta dos bandidos, recheada de erros de português. “O senhor pede que nós acreditemos em você mais (sic) você mesmo é responsável por tudo este lentidão. O senhor estivera (sic) em sua casa si (sic) houvera (sic) acreditado em nós. Você é uma pessoa muito inteligente não entendemos como penso (sic) que seu seqüestro era uma ninharia. Oje (sic) compreendendo sua intranqüilidade pedimos-lhe que por um minuto entenda que as coisas têm seu ritmo, que por sua e nossa segurança têm que ser feitas com muita precaução, nós não vamos danhar (sic) tudo por sua pressão ou por seu desespero. Paciência que a entrevista será feita nos próximos dias e tudo dara certo para você assim como para nós”.

Pouco antes de ser libertado, no sábado, por volta das 22h40m, Olivetto escreveu seu último bilhete, lembrando que era dia de Iemanjá e pedindo proteção. “Que Iemanjá abençoe a todos nós e que nos leve a todos no rumo certo. Tenho certeza de que nesse momento muitos estão orando por todos nós, para que isso acabe em paz, amor e harmonia. Se houver algo que possamos fazer ainda hoje, por favor m e digam. Estou aqui tentando segurar o meu desespero”.

A polícia também mostrou ontem o diário feito pelos seqüestradores. Eles anotavam todos os gestos e atitudes de Olivetto, além de descrever detalhes como as músicas que o publicitário ouvia no cativeiro. O repertório incluía Madonna, Bob Marley, Eric Clapton, Jorge Aragão, Tchaikovski, Zezé di Camargo & Luciano, Caetano Veloso e Falamansa.

O diário registrava ainda troca da guarda entre três pessoas, mas apenas duas, Cristian e Júlio, foram identificadas no caderno. Nas anotações, Olivetto era tratado como El Tipo ou Franklin.

Além disso, a polícia apreendeu no cativeiro de Olivetto dois livros sobre seqüestros: “A liberdade tem preço” e “Como se defender”. Os bandidos também deixaram na casa uma cópia de “1984”, de George Orwell e um dicionário espanhol-português.

Para o diretor de laboratórios do Instituto de Criminalística, Osvaldo Negrini, não há como comprovar se o diário era um relatório a ser entregue a alguma pessoa superior no comando da operação.

— É uma suposição. Somente a investigação vai revelar do que se trata. Mas parece um relatório feito para alguém de fora — avaliou.


Quadrilha que seqüestrou Olivetto pode ter entre 13 e 15 integrantes
SÃO PAULO. A Polícia Civil encontrou ontem, em meio aos documentos apreendidos no apartamento do chileno Mauricio Hernández Norambuena, em Santos, fotografias de outros três supostos seqüestradores do publicitário Washington Olivetto. Até ontem, a polícia tinha identificado 12 suspeitos. Segundo o delegado-chefe da Divisão Anti-Seqüestros (Deas), Wagner Giudice, o material mostra que entre 13 e 15 pessoas participaram do seqüestro já que dois dos três homens que aparecem nas fotos podem ser os mesmos que foram identificados por meio dos retratos falados divulgados anteontem.

A polícia informou já ter descoberto a nacionalidade de cinco dos seis suspeitos presos sábado numa chácara em Serra Negra. De acordo com o delegado-chefe do Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt Filho, a quadrilha era formada por dois chilenos, um colombiano, uma argentina e uma espanhola. O sexto integrante, cuja nacionalidade ainda não foi confirmada, é chileno ou argentino. Além deles, pelo menos uma brasileira, que se chamaria Ivone, teria participado do seqüestro. Porém, o único nome confirmado oficialmente é o do terrorista chileno Mauricio Hernández Norambuena, integrante da organização de extrema esquerda Frente Patriótica Manuel Rodriguez (FPMR).

— A descoberta das nacionalidades é o primeiro passo para a identificação dos suspeitos — disse Bittencourt.

A polícia não confirmou as informações da imprensa chilena de que dois suspeitos presos e outros dois foragidos teriam sido identificados como Marcos Rodrigues Ortega, Alfredo Canales Moreno, Ricardo Palma Salamanca e Patricio Ortiz Montenegro. Canales, segundo os jornais chilenos, seria ex-integrante do Movimento Esquerda Revolucionária (MIR), facção política armada e que promoveu em 1989 o seqüestro do empresário Abílio Diniz. Ortega, Salamanca e Montenegro são integrantes da FPMR, sendo que os dois últimos participaram de uma fuga de helicóptero, ao lado de Hernández, de uma prisão chilena de segurança máxima em 1996.

Funcionários do apart-hotel Saint Paul, no bairro dos Jardins, onde se hospedou um dos executores do seqüestros, que usava o nome falso de Miguel Armando Villabela, também negaram ontem que tenham reconhecido para a polícia uma brasileira de codinome Maria Ivone que também teria participado do seqüestro de Diniz, em 89.

— Só o gerente falou com a polícia até agora e a camareira da época não trabalha mais aqui há meses — disse um funcionário do apart-hotel.

O delegado do Deic, Bittencourt, informou, porém, que a possibilidade de Maria Ivone ter passado pelo apart-hotel e ter participado do seqüestro de Olivetto não está descartada.

— Faremos comparações entre as descrições feitas pelos funcionários do apart-hotel e as fotos da Ivone — disse Bittencourt, referindo-se a uma brasileira que também teria participado do seqüestro do empresário Abilio Diniz, em 89.

Segundo ele, os empregados do edifício deverão ser ouvidos até o final da semana.

Os dois delegados apresentam versões conflitantes sobre a possível vinculação entre os seqüestros de Diniz, Olivetto e dos também publicitários Luiz Salles e Geraldo Alonso. Segundo Giudice, até agora não existem indícios de que a quadrilha que seqüestrou Olivetto tenha praticado outros crimes no Brasil. Já Bittencourt admite a possibilidade. Questionado sobre a origem dos mais de US$ 100 mil usados na preparação do seqüestro de Olivetto, com o aluguel de pelo menos seis imóveis o delegado respondeu:

— Possivelmente o dinheiro foi obtido com outro seqüestro.


Condenado a 22 anos, Scherer fica solto
PORTO ALEGRE. O gaúcho Márcio Fonseca Scherer, condenado anteontem pela juíza Maria Elisa Lubango Montenegro, da 20 Vara Criminal do Rio, a 22 anos de prisão pelo assassinato do empresário João Saboya, em Nova York, vai recorrer da sentença em liberdade. Condenado por latrocínio — ele é acusado de ter matado o empresário para roubar-lhe dinheiro — Scherer teria que cumprir a sentença em regime fechado e não poderia recorrer em liberdade.

Ontem, porém, o desembargador Paulo Salomão, da 1 Câmara do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu habeas-corpus que permite ao acusado ficar livre enquanto é julgado o recurso que impetrou. Scherer se apresentou ontem à 1 Delegacia de Polícia da São Leopoldo (RS), onde mora.

O crime ocorreu em 1999, em Nova York , numa suíte do Hotel Waldorf Astoria. Na ocasião, Márcio Scherer deixou os Estados Unidos às pressas, retornando ao Brasil. Ele alegou inocência e disse ter agido em legítima defesa para evitar um suposto ataque passional da vítima.

— Embora ele tenha sido condenado em primeira instância, vamos acabar provando sua inocência — disse o advogado de Scherer, Paulo Gall.

Ao condená-lo a 22 anos de reclusão, a juíza Maria Elisa ressaltou a extrema violência com que o acusado agiu, “espancando a vítima até a morte e causando-lhe inúmeras lesões”, e a motivação do crime, “por interesse exclusivamente patrimonial”.

Se a condenação da 20 Vara Criminal for confirmada em instâncias superiores, Márcio Scherer vai cumprir pena no Presídio Central de São Leopoldo e só terá direito a liberdade condicional dentro de dez anos, depois de cumprir metade da sentença e ter seu comportamento avaliado.


Superintendente da PF no Piauí é exonerado
BRASÍLIA e TERESINA. O superintendente da Polícia Federal no Piauí, Robert Rios, foi exonerado ontem pelo diretor-geral, Agílio Monteiro Filho. O delegado, candidato a deputado federal pelo PSDB, fez discursos ofensivos ao governador Hugo Napoleão (PFL) e à primeira-dama, Leda.

O superintendente foi chamado a Brasília. Agílio cobrou explicações sobre as declarações. Rios não pôde negar os insultos porque o discurso foi filmado por um cinegrafista amador. Ele aparece num comício feito sobre um caminhão em Pio IX (a 560km de Teresina), pedindo votos para o candidato a governador pelo PSDB, Firmino Filho, e comparando Napoleão e a mulher ao rei dom João VI e Carlota Joaquina, tal como retratados na minissérie “O quinto dos infernos”, da Rede Globo.

“É um rei imbecil e bobalhão e uma rainha louca, demente, depravada, tarada, que só pensa em festa e carnaval”, diz Rios na gravação.

No sábado, Napoleão e a primeira-dama, presidente do Serviço Social do Estado (Serse), promoveram uma festa a fantasia para arrecadar fundos para obras sociais. Napoleão estava fantasiado de comandante de a vião e sua mulher de odalisca.

“O povo do Piauí está sem emprego e sem saúde e é essa depravada fazendo festa, criando festa e trazendo cantores que custam uma fortuna, trazendo artistas, políticos de fora do Piauí, porque do Piauí mesmo não vai ninguém. Ninguém do Piauí vai a uma festa dessa depravada ridícula”, continuou Rios.

Os procuradores da República Tranvanvan Feitosa e Marco Túlio Lustosa Caminha já haviam pedido o afastamento de Rios, por ato de propaganda eleitoral fora do prazo legal. Rios disse que deveria ser processado pela família real, e não por Napoleão e a mulher, já que não falou os nomes deles no discurso.

— Foi uma atitude covarde mostrar uma versão editada de minhas palavras. Queria ir para a televisão repetir tudo o que disse — afirmou Rios.


ANJ repudia agressão a dois fotógrafos em SP
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou ontem nota de repúdio às agressões sofridas pelos repórteres fotográficos Daniel Barreto e Mastrângelo Reino, da “Tribuna Impressa”, de Araraquara (SP). A nota reitera a defesa do livre exercício da atividade jornalística e manifesta a esperança de que as investigações levem à punição dos autores.

Os repórteres fotográficos foram ameaçados e agredidos no dia 31, em um restaurante. Eles foram fotografar um jantar do presidente da Comissão de Licitações da prefeitura com representantes de empresas que participaram de uma concorrência para coleta de lixo. Quando começaram a fotografar os presentes, eles foram ameaçados e agredidos.

A nota reitera a defesa do livre exercício da atividade jornalística e manifesta a esperança de que as investigações policiais conduzam à exemplar punição dos agressores.


Lula negocia apoio de Quércia em São Paulo
BRASÍLIA e SÃO PAULO. A direção nacional do PT decidiu intensificar a ofensiva para obter o apoio do PMDB para a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A ofensiva petista sobre o PMDB terá desdobramento nos próximos dias, dando seqüência ao almoço, em 23 de janeiro, que reuniu Lula, o presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, e o deputado Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP).

Segundo Quércia, se o PMDB não tiver candidato próprio a presidente, os peemedebistas paulistas poderão apoiar a candidatura de Lula ou até a da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), criando uma dissidência com a direção nacional, majoritária e com tendência a apoiar José Serra (PSDB).

Quércia quer ser candidato ao Senado

— Vamos continuar lutando para o PMDB ter candidato próprio a presidente e para que sejam realizadas as prévias para a escolha do candidato em 17 de março. Mas, se isso não acontecer, haverá defecções em vários estados, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Em São Paulo, poderemos apoiar o PT, com Lula para presidente e o deputado José Genoino para governador, desde que me garantam o apoio para o Senado. Mas ainda podemos vir a apoiar a Roseana. As conversas estão só no começo — disse Quércia.

Caso Quércia apóie Lula e Genoino, o PT teria de abrir mão da candidatura do deputado Aloizio Mercadante ao Senado.

Para o ex-governador de São Paulo, o PMDB paulista só não apoiará Serra.

— E não é nada pessoal. Até gosto do Serra, mas o problema é que não concordamos com o governo de exclusão social do Fernando Henrique Cardoso — esclareceu.

O próximo passo de Lula em sua aproximação com o PMDB será procurar o senador Pedro Simon (RS), candidato às prévias do partido, mas que está contrariado com a a ação da cúpula do partido para apoiar Serra.

Quércia vai conversar também com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann. Ele espera que Jungmann mantenha a pré-candidatura e que ele ajude a garantir a realização de uma convenção extraordinária do PMDB para 3 de março.

— Se conseguirmos realizar essa convenção, e se ela for livre, acredito que manteremos as prévias e a candidatura própria, possivelmente a do governador Itamar Franco.

Nos dias 13, 14 e 15, Lula fará visitas nas fábricas da Coteminas — em Montes Claros (MG), São Gonçalo do Amarante (RN), Macaíba (RN), João Pessoa e Campina Grande (PB). A empresa pertence ao senador José Alencar (PL-MG), cotado tanto para ser o vice na chapa presidencial quanto para ser candidato ao governo de Minas com o apoio do PT.

— No ano passado o Lula demonstrou interesse em conhecer minhas fábricas. Será uma oportunidade para conversarmos. Somos amigos e ele conhece minha posição favorável à alternância do poder no Brasil — disse Alencar.

PL está dividido mas deve apoiar Lula para presidente

O líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), afirmou que seu partido vai decidir em maio qual candidatura à Presidência da República apoiará. Ele reconheceu que há uma divisão interna, mas acha que a tendência neste momento é de apoio à candidatura de Lula, em detrimento de Anthony Garotinho, do PSB. O socialista tem o apoio dos parlamentares da Igreja Universal do Reino de Deus, mas eles são somente seis dos 24 deputados do partido.

— Vamos ter um candidato a presidente e liberar o partido para alianças nos estados que garantam ao PL obter 5% dos votos para a Câmara — disse Costa Neto.

— Na Bahia nossa aliança será com Antônio Carlos Magalhães e no Rio com o candidato do Garotinho — completou o deputado Luiz Antônio de Medeiros.


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No país do carnaval
LUCIANO TRIGO

Carnaval, dizem os antropólogos, é a festa das transgressões consentidas, da inversão de papéis, da abolição das normas que regem a vida cotidiana. O chefe de família se veste de mulher, o patrão abraça o operário, a doméstica vira rainha: são eliminadas as fronteiras entre as classes sociais e até mesmo entre os sexos. Em suma, é o reino do “parece mas não é” — velho slogan de um anticaspa (ou de uma tintura?) de inspiração pirandelliana que encontra a todo momento novos pretextos para aplicação na sociedade brasileira.

Pois tudo no Brasil é um pouco assim de fantasia, um faz-de-conta permanente. Na política, na economia e na gestão da coisa pública, a calvície, a caspa ou o cabelo branco são continuamente mascarados; só que, infelizmente, e diferentemente do carnaval, esta folia não dura só quatro dias, e não tem a menor graça.

Mas fujo do assunto. Carnaval — e isso comprovam os noticiários e a profusão de fotos de mulheres nas primeiras páginas dos jornais quando chega fevereiro — é também o período dos pequenos escândalos fabricados, do surgimento de celebridades femininas e da reaparição de outras, que enxergam na festa momesca a oportunidade de voltar ao foco dos holofotes e renovar suas licenças de famosas para o ano inteiro. Como não há espaço para todas, por mais ávida por espetáculo que se mostre a mídia, cria-se um verdadeiro campo de batalha, de concorrência cada vez mais acirrada: a cada ano surgem do nada centenas de candidatas a ocupar o posto de gostosa da vez, de símbolos sexuais instantâneos que muito provavelmente seguirão um roteiro já conhecido: são modelos e/ou candidatas a atrizes, que sonham apresentar um programa infantil, posam nuas para revistas masculinas (mas só em fotos artísticas), e se dizem “muito família”.

Passado o carnaval, a maioria simplesmente desaparece — tenho cá para mim que se trancam nas academias de ginástica e só voltam a sair de lá no carnaval seguinte, ainda mais “preparadas”. Outras fazem bons casamentos e se tornam mães de família. Outras viram empresárias. Outras, ainda, se convertem à igreja evangélica. Alguns anos depois a gente se pergunta: qual era mesmo o nome daquela do Itamar? A do vestido de sereia? Não, a sem calcinha...

Só algumas — quiçá as verdadeiras musas — resistem ao tempo. Não por serem mais bonitas, e definitivamente não por serem mais jovens. Mas talvez, justamente, por elas entenderem, como os antropólogos, que a simulação é a essência do carnaval.

O segredo não é expor — se fosse assim seria fácil — mas expor fingindo que não se está expondo, ou que é sem querer, ou expor se fazendo sedutoramente de vítima da sanha de fotógrafos tarados. Na verdade, mais importante até do que ser vista é ser falada, é ser assunto. É suscitar, mais do que mostrar.

Mas, antes que o leitor me acuse de propaganda enganosa, e a calcinha da Luma de Oliveira? Pois é. O carnaval de 2002 nem começou e já tem um símbolo: uma calcinha cor da pele, que parece mas não é. Dias atrás, parei numa banca de jornais e vi a foto da Luana Piovani durante um ensaio numa escola de samba, numa primeira página de jornal. Como Nelson Rodrigues, dei dois passos para trás e avancei outro tanto. Ah, a Luana... Mal sabia o que me esperava.

Foi quando vi as fotos da Luma, com a tal calcinha cor da pele, e fiquei me perguntando: será que é? Será que não é? As fotos das duas celebridades foram tiradas em ângulos parecidos, e a exigüidade das roupas é a mesma. Mas Luma virou assunto, e Luana não — apesar de, em matéria de predicados plásticos, a juventude favorecer a segunda.

A compreensão, por parte de Luma, do significado profundo do carnaval — e do que ele precisa ter de provocação, de malícia, de “me engana que eu gosto” — não parou aí: estampadas as fotos, ela anunciou que vai processar os fotógrafos. Nada mais carnavalesco. Ora, Luma de Oliveira deve toda a sua imagem e, pode-se mesmo dizer, toda sua identidade pública aos profissionais da fotografia. Ou alguém acha que ela será lembrada no futuro por suas idéias ou posições políticas?

Luma é mestra na arte do mascaramento, da ilusão, da fantasia. Da mesma forma que, em outro carnaval, ela usou uma coleira com o nome do marido mas negou que estivesse pregando a submissão feminina, agora ela vai para a quadra da Viradouro com um microvestido e uma calcinha cor da pele, vê os fotógrafos se atirando a seus pés e depois se surpreende quando vê as fotos nos jornais.

Mais que isso: reage quase com indignação moralista, numa inversão de papéis tipicamente carnavalesca: de sujeito do escândalo, ela se transforma em vítima, sem perder a pose.

Musas de escola de samba e madrinhas de bateria vivem da exposição pública. Para elas o verdadeiro drama é serem ignoradas pelos fotógrafos. Mais difícil que aparecer no jornal é não ser esquecida no dia seguinte, nem no carnaval seguinte.

Para isso elas precisam de mais que uma anatomia perfeita, e Luma de Oliveira sabe disso. No país do carnaval, ela merece mesmo ser rainha.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO – TEREZA CRUVINEL

O palanque de FH

A reunião ministerial que o presidente FH produziu ontem foi um palanque para si mesmo, não para seu candidato, pelo menos diretamente. O balanço ufanista de seu governo foi um tiro arriscado, pela profusão de números, pela reiteração de promessas de curto prazo e pela prematuridade, o que propiciou ao líder do PT, Walter Pinheiro, a ironia da pergunta: “E o governo já acabou?”.

Evitar a sensação de fim de governo é o que FH busca quando promete e cobra trabalho intenso até o último dia. Sabe ele que o ocaso do poder de todo presidente começa na campanha para a escolha do sucessor, que, no seu caso, chegou muito cedo. Com a estrutura de marketing fortalecida pelo publicitário Nizan Guanaes, tenta recuperar os índices de aprovação de seu governo, o que pode indiretamente ajudar seu candidato. E a população quer isso mesmo: governo ativo e pouco envolvido com a campanha, promessa que certamente lhe será cobrada.

Já a agenda proposta ao Congresso foi ambiciosa e irreal. Ali todos vão disputar a eleição, e como em qualquer Parlamento do mundo, o segundo semestre será consumido pela campanha. No primeiro, será impossível aprovar a metade do que o presidente pede numa lista que inclui a emenda de prorrogação da CPMF e o projeto que isenta as bolsas de valores de pagá-la, as mudanças da CLT (agora pelo Senado), a lei de concordatas, as mudanças na lei de licitação, a equiparação das alíquotas do ICMS e até a regulamentação do sistema financeiro. Todos polêmicos e carentes de consenso. Aécio Neves, presidente da Câmara, embora aliado, tem repelido o monopólio da pauta pelo governo. Walter Pinheiro recorda que, no fim do ano passado, ela foi trancada pelo projeto que altera a CLT ao longo de dois meses, impedindo outras votações.

Everardo Maciel, secretário da Receita Federal, espera uma luta corporal para aprovar a emenda da CPMF, essencial ao equilíbrio orçamentário. A continuidade da cobrança a partir de julho exige que seja aprovada três meses antes. Logo, até o fim de março. Reabrindo no dia 18, o Congresso terá seis semanas para aprová-la (por dois terços de votos) em dois turnos na Câmara e repetir o rito no Senado, onde os interstícios entre votações são mais longos. Um tal milagre desaconselha conflitos com o Legislativo e recomenda a unidade da coalizão governista. Não por acaso, os tucanos estão recolhendo as farpas destinadas à candidata pefelista Roseana Sarney.Seqüestro da verdade

José Dirceu, presidente do PT, está indignado com as cobranças de condenação aos seqüestradores do publicitário Washington Olivetto assentadas na distorção do comportamento do partido no caso dos seqüestradores de Abílio Diniz.

— No caso de Diniz, o PT foi a vítima eleitoral e condenou com firmeza o seqüestro. Muito mais tarde, em 1999, durante a greve de fome dos presos para obter a extradição, é que o PT entrou na questão, atendendo inclusive ao desejo do governo, que receava a repercussão internacional negativa da morte de algum deles. O caso foi objeto de uma conversa telefônica entre Lula e o presidente FH, que em sua diplomacia presidencial já tratara do assunto com o governo canadense.

Fala-se agora daquele momento, continua Dirceu, como se o PT tivesse saído em defesa aberta do seqüestradores logo depois da prisão, omitindo o papel do governo e o empenho do então ministro da Justiça, José Gregori, pela extradição dos presos.

— Já fomos claros. Queremos aplicação rigorosa da lei ao caso, agravado pela participação de criminosos estrangeiros. Louvamos o desfecho do seqüestro, lamentando apenas que a polícia não tenha tido o mesmo empenho no caso de Celso Daniel.Armínio x Aloysio

O Supremo Tribunal Federal quer saber como está o governo, vale dizer o presidente, na divergência entre o Banco Central e o Ministério da Justiça a respeito da aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos serviços bancários, objeto de um de seus julgamentos mais importantes neste semestre. A inclinação do STJ pela aplicabilidade do código é conhecida.

O PSDB vai entrar nesta briga, apoiando a posição corajosa de seu ministro, é claro. Fora os banqueiros, não há eleitor que não tenha bronca dos bancos, admitem os tucanos, apesar do apreço por Armínio Fraga, presidente do BC.

JOSÉ SERRA vai hoje a Sergipe, inaugurar o maior centro oncológico da rede pública no Nordeste. Vai como ministro, evitará campanha. Mas será homenageado pelos agentes de saúde do estado.

DENISE FROSSARD rebate o PPB. Está pronta para debater a proposta de dar poderes de investigação ao Ministério Público, que desagrada à Polícia Civil.

A CUT prepara um panelaço contra as mudanças na CLT. A CGT já avisou que será contra. Apóia o projeto do governo, que será votado agora no Senado.


Editorial

Falsas soluções

O papel que as For


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