Tombini admite adoção de novas medidas para combater inflação



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O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (2), que a inflação tem-se mostrado "mais resistente" nos últimos meses e que a instituição avalia a necessidade de adotar "outras medidas", que não especificou.

De acordo com Tombini, a inflação de 2012 desviou-se da meta em função do choque de preços de alimentos (commodities e in natura) e do repasse da desvalorização cambial. Além disso, conforme o presidente do BC, a inflação de serviços voltou a subir e hoje há "maior difusão do aumento de preços" na economia.

Somente os preços de alimentos – que têm peso de quase um quarto do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – subiram 13,9% nos últimos 12 meses. Excluindo os alimentos, o IPCA seria de 5% no período – o índice ficou em 5,84% em 2012. A meta para 2012 era de um índice de 4,5%, com possibilidade de variação de dois pontos percentuais para mais e para menos.

Recuperação

Quanto à atividade econômica, Tombini disse que a recuperação tem se "materializado" de forma gradual e a perspectiva é de um ritmo mais intenso daqui para a frente. A indústria, segundo o presidente do BC, mostra sinais de retomada, "inclusive com maior nível de disseminação".

O setor de serviços, na expectiva de Tombini, manterá crescimento moderado. A safra de grãos, acrecentou, deve bater novo recorde em 2013, com a previsão de 183 milhões de toneladas de grãos, uma alta de 13% em relação a 2012.

Sustentação

Para o presidente do BC, continuam presentes importantes fatores de sustentação da demanda, como emprego, renda e crédito. Outro indicador de boas perspectivas de atividade econômica, conforme disse, é o crescimento do investimento no quarto trimestre de 2012, "tendência que se manterá no primeiro trimestre de 2013".

O cenário externo, como avalou o presidente do BC, continua complexo, com nível de incerteza acima do usual e com perspectiva de baixo crescimento por um período prolongado.

Na zona do euro, acrescentou, episódios recentes, como o confisco de dinheiro depositado nos bancos do Chipre, reforçam a avaliação de que vulnerabilidades "remanescem".

A audiência pública sobre diretrizes e perspectivas da política monetária é prevista, no Regimento Interno do Senado, nas primeiras quinzenas de fevereiro, abril, julho e outubro. A reunião é coordenada pelo presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ).



02/04/2013

Agência Senado


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