Torcida dourada nos Jogos Sul-Americanos



Aos 40 anos, o curitibano Emanuel Fernando Scheffer Rego é um vencedor no vôlei de praia. Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, bronze nos Jogos de Pequim-2008 e prata nos Jogos de Londres-2012, ele tem no currículo, entre outras várias conquistas, três títulos mundiais e dois ouros em Jogos Pan-Americanos.

Apesar de viver a rotina de alto rendimento desde os 17 anos e de já ter visto centenas de competições, o campeão olímpico viveu, na última segunda-feira (10), em Santiago (Chile), durante os Jogos Sul-Americanos, uma experiência única até aqui.

Pela primeira vez ele conseguiu acompanhar de perto uma apresentação na ginástica artística. E o motivo que o levou ao ginásio do complexo do Estádio Nacional de Santiago tinha nome e sobrenome: Arthur Zanetti.

Emanuel e Zanetti são os dois únicos campeões olímpicos na delegação do Brasil que compete no Chile, formada por 481 atletas. Por isso mesmo, Emanuel fez questão de ver de perto a final de Zanetti nas argolas, aparelho no qual o paulista foi ouro nos Jogos de Londres-2012 e campeão mundial em 2013, na Antuérpia.

As apresentações que antecederam à de Arthur Zanetti nas argolas serviram como um parâmetro para que Emanuel, atento, pudesse se ambientar com a modalidade antes que o companheiro campeão olímpico partisse para seu show. E quando Zanetti foi erguido para as argolas pelo técnico Marcos Goto, no mesmo gesto que os dois fizeram antes das consagrações em Londres e na Antuérpia, Emanuel, assim que Zanetti começou a executar seus movimentos com maestria, teve a certeza de que estava mesmo diante de um atleta excepcional.

"Senti o domínio total dos movimentos por parte dele. Uma superpreparação e confesso que fiquei mais tenso do que ele", analisou Emanuel. "Mas percebi que ele fez uma rotina que é tranquila para ele e que tudo foi executado com muita consciência. Parecia que ele não tinha adversário", prosseguiu o campeão das areias.

"O silêncio de todos na apresentação dele foi outra coisa que me impressionou. Nas arquibancadas estava todo mundo quieto, todos respeitando muito. Até quem estava andando ali atrás parou quando o Zanetti começou. Parecia que por um minuto todos só tinham olhos para ele", observou. "No meu esporte é muito diferente. Areia, sol, resistência e barulho da torcida são fatores que influenciam. No esporte dele tem que ser tudo perfeito", continuou.

Por último, Emanuel resumiu assim a oportunidade de ver Arthur Zanetti em ação: "O que vi foi uma obra de arte em 60 segundos."

Ao fim da premiação, como não poderia deixar de ser, foi a vez de Arthur Zanetti receber um abraço do seu colega campeão olímpico. "Eu é que fico feliz pelo Emanuel ter vindo me ver aqui. Um campeão como ele, que fez história no vôlei de praia, me deixa muito honrado. Acho que no fim é isso o que conta, é o que me motiva a seguir treinando e competindo. São nesses atletas que eu me espelho sempre", agradeceu Zanetti.

Com o resultado, Arthur Zanetti chegou ao bicampeonato em Jogos Sul-Americanos nas argolas, já que, em 2010, já havia vencido o aparelho em Medellín. Com isso, resta, agora, apenas mais um passo para que a ser vencido pelo paulista: o título nos Jogos Pan-Americanos, o que ele pode conseguir em 2015, em Toronto, no Canadá. Em 2011, em Guadalajara, no México, Zanetti ficou com a prata.

Mais medalhas na ginástica

Além do ouro de Zanetti, o Brasil conquistou cinco medalhas nesta segunda-feira (10) na ginástica artística. No salto feminino, Jade Barbosa ficou com o ouro e a companheira de time Izabelle Cruz, com a prata. Jade conquistou ainda a prata nas barras assimétricas. No cavalo com alças, Péricles Silva ficou com a prata e Francisco Barreto, com o bronze.

Fonte:
Brasil 2016



11/03/2014 14:21


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