Trechos da entrevista do governador Mário Covas após a assinatura de convênios com 539 municípios
Parte I
Pergunta: O senhor vai pedir expulsão do rapaz da salmonella da Universidade? Covas: Nem quero me meter nesse assunto, é um epísódio sem a menor importância. Nem acredito que o rapaz tivesse a intenção de fazer isso, se tivesse, não contaria para os outros. Não acredito que um universitário, estudante de biologia tenha uma mentalidade como essa. Quem vai fazer isso, não anuncia... Pergunta: A Dora Kramer, do Jornal do Brasil falou ontem com o presidente Fernando Henrique. E ele disse que no ano que vem, se o senhor se sair bem nas pesquisas, todo o PSDB vai ser covista. E ele diz assim: “e eu, o que vou ser? Vou ser covista.” Covas: Ele não é covista ainda? Pergunta: Pois é... Covas: Ele é covista, você está enganado, ele covista como sou fernandista. Eu não acredito que ele não dê para mim o tratamento que eu dou a ele. Pergunta: Mas é a primeira vez que o senhor foi citado... Covas: Ah meu Deus, eu não sou candidato, todo o mundo já sabe disso, não preciso ficar repetindo. Pergunta: Se o senhor soubesse que o estudante iria jogar o ovo o senhor teria ido? Covas: Se eu soubesse, tivesse certeza, provavelmente não. Mas fosse uma mera ameaça (...) mas também não sou um suicida. Não vivo trancado aqui no gabinete nem nunca vou viver. Mas se me disserem que vão dar um tiro na minha testa, não vou botar a testa para atirarem. Já me deixaram dois galos aqui... Não acredito, isso é bobagem, nem falo no assunto... Pergunta: O senhor conhece salmonella, governador? Covas: Eu não sabia o que era, mas tem tanta gente falando nela que agora aprendi... É uma bactéria que entra no intestino e causa diarréias constantes. Você sabe o que é diarréia, não sabe? Ataca em particular os organismos debilitados, não sei se chega a matar. Pergunta: O que o senhor dos funcionários fantasmas aqui na Assembléia Legislativa? O Wanderlei Macris teria funcionários de Americana que viriam apenas uma vez por semana na Assembléia... Covas: Não sei disso. Acho que estão invertendo o processo, são alguns funcionários dele que trabalham em Americana em vez de trabalhar aqui (...) Pergunta: A prefeita Maria Sebastiana Cardoso, de Taquarivai que representou os demais prefeitos presentes, como muitos correligionários, vai pedir a dona Lila Covas que motivo o senhor a se candidatar à sucessão... Covas: Se tivessem que me pedir um conselho, se eu tivesse algum interesse, eu diria que essa é a última porta que deveriam bater... Pergunta: E qual seria o seu candidato? Covas: Não precisa ser um perfil diferente dos atuais (inaudível) Pergunta: (inaudível) Covas – Provavelmente se ele fosse governador, os secretários seriam outros. É uma escolha pessoal, não significa que os ministros sejam ruins. Pergunta – Como o senhor analisa a cassação do senador Luiz Estevão? Covas – Dentro das circunstâncias foi inevitável, eu esperava esse desenlace. Era o que a nação esperava. O Senador agiu corretamente, o poder que é dele, ele não pode transferir para ninguém, deve policiar a própria conduta. O Senado pecou? Quem deve julgar e punir é o próprio Senado. Se não for capaz de punir, dá o direito de outros fazem isso. O Senado fez aquil06/29/2000
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