TSE DEFINE PERFIL DO ELEITORADO









TSE DEFINE PERFIL DO ELEITORADO
O Tribunal Superior Eleitoral fechou ontem a estatística dos registrados para ir às urnas. Exatos 8.878.009 votarão apenas se quiserem – é a soma dos eleitores de 16 e 17 anos e maiores de 70 anos, para quem o voto é facultativo. Segundo os dados divulgados, 635.632 eleitores têm 16 anos e 1.582.378, 17 anos. Estes só serão obrigados a votar nas próximas eleições, em 2004. Com mais de 70 anos, são exatas 6.659.999 pessoas. A maioria dos eleitores têm entre 25 e 34 anos: são 27.921.836 pessoas total do eleitorado brasileiro. Em seguida, aparecem 24.185.704 eleitores com idade entre 35 e 44 anos. As mulheres, assim como na população brasileira, são a maioria: 58.610.918 eleitoras contra 56.443.298 homens. Curiosamente, a Justiça Eleitoral não foi informada do sexo de 217.595 votantes.


Collor afirma que o seu prestígio fez Ciro crescer nas pesquisas
SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), candidato ao Governo de Alagoas, disse ontem que seu prestígio impulsionou o crescimento do candidato à Presidência Ciro Gomes (PPS). “Desde que a imprensa nacional começou a vincular o nome de Ciro ao meu, vocês vejam, o Ciro cresceu”, afirmou. Segundo o ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de votos em Alagoas, as semelhanças entre ele e Ciro são as responsáveis pelo bom desempenho do presidenciável. “Sou jovem e o Ciro é um pouco mais jovem que eu. Somos do Nordeste e somos o novo.”

Ele declarou apoio a Ciro e já começou a pedir votos para o pós-comunista.

VICE – O comando de campanha da Frente Trabalhista estuda alternativas para o caso de o candidato a vice, o presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, não ser convincente até o fim de semana, na sua defesa em relação às denúncias de desvio de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador e renunciar.

Ontem, o nome cogitado para substituí-lo, foi o do senador Álvaro Dias, candidato do PDT ao Governo do Paraná.


Ciro e Serra em nova troca de acusações
Os presidenciáveis do PPS e do PSDB levam o bate-boca da televisão para a Internet, deixando clara a estratégia de ambos nos próximos rounds da disputa eleitoral

SÃO PAULO – Os candidatos José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) já não deixam dúvidas sobre sua estratégia nos próximos rounds da disputa eleitoral: um vai bater cada vez mais duro no outro. Depois de explicitada no debate entre os presidenciáveis transmitido pela Bandeirantes, no domingo, essa opção voltou a ser demonstrada ontem, nas páginas dos dois na Internet: (www.joseserra.org.br e www.ciro23.com.br). A de Ciro chama Serra de “desequilibrado e desesperado”. O tucano diz que “Ciro não costuma dizer a verdade”.

Nenhum dos dois dá atenção aos outros candidatos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Anthony Garotinho (PSB) são tratados como coadjuvantes na briga estrelada por eles.

O ataque de Ciro na Internet usa como trampolim o fato de Serra não ter respondido “à pergunta que não quer calar”: “O que foi feito da montanha de dinheiro das privatizações?”. O título no site tucano também não perdoa: “Serra prova no debate que Ciro Gomes não diz a verdade”. Enumera cinco afirmações que Ciro costuma fazer garantindo que “não correspondem à verdade”.

PESQUISA – Ontem a CNT/Sensus divulgou pesquisa em que Lula mantém a liderança com 34,9% das intenções de voto. Em segundo lugar ficou Ciro Gomes, com 25,5%. Em empate técnico, continuam os candidatos José Serra, com 13,4%, e Anthony Garotinho, com 12,5%. Os indecisos e os votos em branco e nulos somaram 13,2%.

Em um eventual segundo turno Lula venceria todos os concorrentes: teria 47,1% contra 43,1% de Ciro, 50,2% contra 36,7% de Serra e 52,5% contra 30,2% de Garotinho. A pesquisa foi realizada de 30 de julho a 1º de agosto, com dois mil entrevistados em 195 municípios de 24 Estados brasileiros e com margem de erro de até 3 pontos. O levantamento foi feito para atualizar pesquisa realizada de 22 a 25 de julho pela Sensus, e que teve sua divulgação suspensa pela Justiça, a pedido do PSDB.

O partido havia discordado da metodologia usada.


Vice-presidente confiante em Serra
“Temos o melhor candidato. Temos condições de fazer o melhor programa de televisão. E ainda temos o presidente Fernando Henrique Cardoso como eleitor.” O comentário é do vice-presidente da República e candidato ao Senado, Marco Maciel (PFL), que – mesmo confessando, ontem pela manhã, não ter assistido ao debate televisivo entre os presidenciáveis, no domingo à noite –, não tem dúvidas de que o candidato governista ao Planalto, José Serra (PSDB) vai subir nas pesquisas e chegar ao segundo turno. “Uma vez no segundo turno, a escolha vira um plebiscito”, acrescentou.

Maciel considera que o cenário eleitoral vai mudar completamente depois de 20 de agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito. “A campanha só começa com o guia”, opina. Para ele, com o tempo que Serra terá de televisão e um bom programa, é possível reverter a situação atual, em que o pessedebista aparece em terceiro nas pesquisas de opinião, atrás de Lula (PT) e Ciro Gomes (PPS). “Serra tem experiência administrativa, um grande currículo e competência”, atesta Maciel.

Um ponto que o vice-presidente considera essencial é o candidato colar mais no presidente Fernando Henrique Cardoso. “Os oito anos de Governo foram de muitos avanços. O real foi importante para a estabilidade econômica e ainda tem um lado invisível no campo social, no campo da ética do trabalho, que precisa ser ressaltado.

Revogamos a lei de Gerson”, comentou, numa referência à lei atribuída aos que querem levar vantagem em tudo.

Segundo Maciel, até quem tem ressalvas a fazer sobre o Governo admite que houve muitos avanços nos últimos oito anos, a chamada Era FHC. Ele elenca, entre outros itens, o salto na produção de petróleo (de 693 mil barris/dia para 1,3 milhão de barris/dia), o aumento na quantidade de telefones celulares (de 500 mil para 27 milhões) e o crescimento do número de crianças na escola. “Com tudo isso, o presidente Fernando Henrique é um grande eleitor”, conclui.


Crise limita a produção do guia eleitoral do PSB
Dificuldades financeiras levam o partido a centralizar, no Rio, a produção da propaganda eleitoral dos candidatos proporcionais de todos os Estados. Poucos terão uma produção individual

Sem recursos suficientes para uma campanha dividida entre o projeto presidencial de Anthony Garotinho e as candidaturas estaduais, o PSB decidiu centralizar a produção da propaganda do guia eleitoral de TV dos candidatos proporcionais dos Estados no Rio de Janeiro. Para racionalizar os custos, uma equipe de filmagem da produtora carioca Cinemar esteve no Recife e fez as gravações para 32 (a metade dos inscritos) dos candidatos a deputado federal e estadual em Pernambuco. A edição será feita no Rio.

“Não temos recursos nem estrutura para gravar”, reconhece o vereador e candidato ao Senado João Arraes. Apenas o presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, e os atuais deputados federais Eduardo Campos e Gonzaga Patriota, e o estadual Jorge Gomes, terão uma produção individual.

As dificuldades para a captação de recursos têm obrigado o partido a tocar a campanha com escassez de material de propaganda nacional e com restrições de viagens para Garotinho, que tem centrado seu trabalho no Rio. O próprio presidenciável afirma que se trata de uma “candidatura pobre”. Em Pernambuco, a Executiva Estadual resolveu transformar a sede da legenda no comitê central da campanha.

A redução de custos não atingirá, porém, a chapa majoritária. O guia eleitoral do candidat o ao Governo, Dilton da Conti, e do postulante ao Senado, João Arraes, será produzido no Estado, por questão operacional e política. “A disputa majoritária gera um confronto e declarações que, às vezes, precisam de respostas imediatas”, justifica Dilton.

A ordem é otimizar o material de propaganda, priorizando os instrumentos de grande visibilidade – como os outdoors e os bandeirões –, e aproveitando todas as oportunidades na mídia eletrônica. Em Pernambuco, o partido está reaproveitando, ao máximo, o material produzido para a candidatura Humberto Barradas, produzida quando ele ainda não havia renunciado, e que custou R$ 20 mil ao caixa do PSB.

“Estamos dando prioridade a entrevistas e debates. Vamos buscar, ao máximo, o espaço na mídia”, revela o assessor de comunicação, Jair Pereira.

A Executiva do PSB decidiu, ainda, que a chapa majoritária deverá priorizar a campanha unificada, também para diminuir os custos, embora abra brecha para eventos individuais. De segunda a quinta-feira, as atividades serão na região metropolitana, dedicando os fins de semana ao interior.


Ala do PV se integra hoje à campanha do governador
A ala do Partido Verde liderada pelo deputado estadual e candidato à reeleição João Braga vai formalizar, hoje, apoio à reeleição do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). A aliança será selada, às 16h, no escritório político do peemedebista, o Centro Debate, na Ilha do Leite. Os candidatos proporcionais do PV – estaduais e federais – levarão, ainda, ao governador-candidato, propostas para o seu programa de Governo.

E irão sugerir, também, alguns pontos que consideram importante frisar na propaganda eleitoral que começa dia 20.

O PV não convencionou candidato ao Governo do Estado. O partido optou por liberar as bases: a ala “braguista” seguiu para Jarbas Vasconcelos e a outra para o candidato da Frente das Oposições, vereador do Recife Humberto Costa (PT).

Antes do compromisso político com o PV, o governador-candidato cumpre agenda administrativa pela manhã. Jarbas visitará, às 9h, as obras da PE-15, na companhia de secretários estaduais. Às 11h, o peemedebista participa da segunda entrevista com os candidatos ao Governo de Pernambuco, promovida pela Rádio CBN.


Artigos

Assimetrias Institucionais
Mozart Neves Ramos

Algumas vezes, questiona-se por que um centro ou departamento acadêmico da UFPE possui melhor infra-estrutura física e equipamentos mais modernos do que outros dentro da mesma instituição. Os menos informados chegam mesmo a perguntar por que a reitoria tem uma preferência maior por esta e não por aquela unidade acadêmica, já que se trata da mesma universidade. De fato, a UFPE ainda não é uma instituição homogênea, não somente no que toca às instalações físicas e condições laboratoriais de seus diferentes departamentos, como também na titulação de seu corpo docente e na qualidade de sua proposta pedagógica e curricular. Isso pode ser
aferido pelas avaliações conduzidas pelo Ministério da Educação.

O importante é que no seu conjunto a instituição se encontra entre as dez melhores universidades brasileiras, apesar das dificuldades financeiras que hoje atravessam as universidades públicas. No entanto, o notável crescimento – absolutamente salutar – de parcerias que a UFPE vem realizando com empresas de alta tecnologia tem ensejado que condições de trabalho favoráveis podem apenas ser alcançadas através desse mecanismo. Isso, entretanto, não é verdade e merece uma reflexão mais aprofundada.

Nos últimos 15 anos, o País ofereceu oportunidades distintas de desenvolvimento às diferentes áreas do conhecimento. As Ciências Exatas e da Natureza da UFPE, por exemplo, graças à qualidade do seu corpo docente, souberam com competência captar recursos importantes, por meio de editais públicos lançados pelo Governo Federal, que proporcionaram os laboratórios e as condições de trabalho atuais. A área de Humanas, por sua vez, não teve essas mesmas oportunidades, não obstante possuir um corpo docente qualificado. Simplesmente, os recursos públicos, de grande porte, foram prioritariamente canalizados para as áreas de Tecnologia, Exatas e Biológicas. Isso também agora se verifica no atual cenário dos fundos setoriais, o que poderá agravar ainda mais a assimetria existente.

Nesse cenário, as diferenças internas tendem a crescer se políticas institucionais corretivas não forem adotadas. Isso exige da gestão universitária, em todas as suas instâncias, um esforço notável para implementá-las, em função de seus próprios limites financeiros que, a cada ano, tornam-se mais e mais estreitos. E a UFPE vem lutando para reverter esse quadro. Preservando o exemplo da área de Humanas, vamos considerar nosso Centro de Filosofia e de Ciências Humanas (CFCH). A situação predial dessa unidade quando assumimos, em dezembro de 1995, era absolutamente dramática, pois há tempos não sofria uma reforma física compatível com a qualidade das atividades ali desenvolvidas pelos seus docentes, alunos e funcionários. Fizemos um esforço incomum junto com a sua comunidade, que resultou numa reforma exemplar em todos os seus sistemas internos de eletricidade, água e incêndio. Os banheiros foram recuperados, juntamente com parte da fachada de seu prédio de 15 andares. Um elevador de última geração foi adquirido e um outro recuperado, enquanto o anfiteatro passou por uma ampla reforma. Foram gastos, à época, quase R$ 2 milhões.

Atualmente, encontra-se em fase de execução um dos antigos pleitos do CFCH, a construção de sua biblioteca, um espaço de dois mil metros quadrados, que custará cerca de R$ 1 milhão. Para conseguir esses recursos, foram necessárias muitas idas a Brasília. Problemas certamente ainda existem e sempre existirão, face à expansão das atividades acadêmicas e das degradações causadas pelo próprio tempo, e nisso se incluem desde as cadeiras quebradas ou o quadro-negro ainda de giz aos problemas de estacionamento. Alguns desses problemas podem ser internamente corrigidos, outros, naturalmente, dependem de uma ação mais direta da reitoria. Contudo, o dinheiro é escasso e temos procurado com aquele centro, como nos demais da UFPE, trabalhar com prioridades.

No contexto das comparações, já me questionaram até por que no Centro de Informática (CIn) existem câmeras óticas de segurança instaladas, uma vez que não se vê esse tipo de equipamento na maioria das outras unidades da UFPE.

Simplesmente porque os seus professores priorizaram aplicar os recursos obtidos, pelos diferentes mecanismos de captação, na instalação das câmeras. Contudo, vale lembrar que no CIn, anos atrás, também não existiam esses equipamentos e não foi por isso que o Centro de Informática deixou de ser o que hoje é. Precisamos saber o que é determinante. A UFPE cresceu muito, em quantidade e qualidade, graças ao trabalho de sua comunidade em parceria com a sociedade e, por isso, merece estar entre as melhores universidades do País. Se olharmos os últimos 20 anos de Pernambuco, eis uma instituição que prosperou e que deu importantes frutos para a construção de um estado mais justo. Estamos cônscios de nosso papel e dispostos a crescer ainda mais, apesar das assimetrias.


Colunistas

PINGA FOGO – Inaldo Sampaio

Sobre o 1º debate
O formato não ajuda porque engessa muito os candidatos, mas mesmo assim foi satisfatório o primeiro debate, ao vivo, com os quatro postulantes à presidência da República. É difícil dizer quem foi o vencedor porque todos quatro, uns mais e outros menos, tropeçaram. Mas se se considerar, objetivamente, como cada um se comportou diante das “cascas de banana”, quem mais perdeu foi Ciro Gomes.

Ele ficou desnorteado quando Garotinho o questionou sobre o beijo dado em ACM e não contestou, como se previa, quatro desmentidos de José Serra: o de que ele, Ciro, não falara a verdade quando disse que, como governador, pagara integralmente a dívida mobiliária do Ceará, que o salário mínimo no seu tempo de ministro da fazenda equivalia a US$ 100, que ganhara um prêmio da Unicef pela redução da taxa de mortalidade infantil no seu Estado, e que fora fundador do PSDB.

Serra, por sua vez, não respondeu à pergunta de Ciro sobre o destino dos R$ 70 bi arrecadados com as privatizações, insistindo que não é o “candidato do governo”, e sim de FHC, o que dá no mesmo. Mas confirmou aquilo que já se sabia: que é, dos quatro, o mais intelectualmente preparado. Lula beneficiou-se por ter sido poupado pelos dois, e Garotinho comportou-se o tempo todo como livre atirador.

Saúde, Nivaldão!
Encontra-se internado no Hospital Esperança, vitimado por uma pneumonia, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Olinda, Nivaldo Machado, de 81 anos. Ele esteve na UTI, em coma, durante três dias, mas já foi transferido para um apartamento, de onde deverá sair na próxima 6ª feira. “Nivaldão” está afastado da vida pública há mais de uma década, mas deixou dois herdeiros: o vereador Carlito Machado e o ex-candidato a prefeito Nivaldo Machado Filho, o “Nivaldinho”.

Reforço no Pajeú
Os deputados Antonio Mariano (PFL) e Orisvaldo Inácio (PMDB) oficializaram ontem, em Afogados da Ingazeira, o apoio da dupla à candidatura de Raul Henry (PMDB) à Assembléia Legislativa. O ato aconteceu na AABB e contou com as presenças da prefeita Giza Simões, do secretário Dorany Sampaio (governo) e de Inocêncio Oliveira (PFL).

Pé lá e outro cá
A cúpula estadual do PPS convenceu Jarbas Vasconcelos a ir a Petrolina, no próximo dia 10, para participar de um comício ao lado de Ciro, citando o exemplo de Minas Gerais. Lá, o candidato a governador Aécio Neves (PSDB) recebe o apoio de Itamar Franco, que apóia Lula, do partido dele, que apóia Serra, e do PFL, que fechou com Ciro.

Collor diz que Ciro Gomes é, de fato, a cópia dele
Collor disse que Ciro Gomes está muito bem nas pesquisas de opinião porque de fato se parece com ele. A “Folha on line” pediu a opinião dos internautas. Até a noite de ontem, 72% responderam que eles se parecem, 28%, que não.

Empresário tira licença para ajudar o tucano
O empresário Jordão Emerenciano Filho está se licenciando de suas empresas para reforçar o comitê de campanha do candidato ao Senado Sérgio Guerra (PSDB). Ficará responsável por uma das assessorias econômicas.

Afastamento 1
Petebista histórico, o pernambucano Miltom Chaves iniciou ontem um movimento de caráter nacional para afastar o deputado José Carlos Martinez (PR) da presidência do PTB. Sócio oculto de PC Farias, segundo denúncia da revista “Veja”, Martinez já foi afastado do comando da campanha de Ciro Gomes.

Afastamento 2
No manifesto encaminhado ontem aos diretórios regionais do PTB, Miltom Chaves afirma: “Células cancerígenas ainda vivem no corpo do nosso tão amado partido. Os habitantes dessas células são indivíduos que trazem o ranço de uma política ultrapassada, demagógica e contrária aos desejos do nosso povo”.

Cena inimaginável há poucos anos aconteceu sábado na cidade de Paulista: os ex-deputados Ademir Cunha (PFL) e Geraldo Pinho Alves Filho (PMDB), lado a lado, na inauguração do comitê de campanha do candidato a deputado Cláudio Russel (PSL). Também estavam no palanque Carlos Wilson, Luciano Bivar e Eduardo Campos (PSB).

É vereador pelo PT (na cidade de Tabira) e eleitor de Lula e Humberto Costa o novo presidente da Fetape, Aristides Santos. Ele foi eleito domingo passado com 60% dos votos válidos. A posse está marcada para 6 de setembro e deverá contar com as presenças de representantes da CUT e da CONTAG.

Único filho de Goiana na Assembléia Legislativa, o deputado Beto Gadelha (PSL) inaugura hoje, às 20h, naquele município, o seu comitê eleitoral. Após a inauguração, haverá um comício em frente à casa em que ele mora, cumprindo uma promessa de 98: a de que, se eleito, permaneceria residindo lá, e não no Recife.

Em artigo para a “Folha de São Paulo”, Arraes diz que o PSB defenderá nesta campanha uma auditoria da dívida pública, “que esclareça sua legalidade e legitimidade”, revisão das privatizações e fortalecimento do papel do Estado. O PT, diz ele, tende a uma “conciliação” com a política econômica em vigor.


Editorial

UM TERMINAL RENASCIDO

O Terminal Integrado de Passageiros (TIP), situado no bairro do Curado, a 16 km. do centro do Recife, vinha decaindo progressivamente, no conceito de usuários e prestadores de serviço. Agora, está renascendo. Bastou a modesta quantia - considerando a importância da obra - de R$ 1,5 milhão, para lhe dar um novo aspecto.

Sendo ele uma de nossas portas de entrada (ao lado do Porto antigo, precisando de dragagem, e do Aeroporto em fase adiantada de reformulação total), esta é uma pequena amostra de como se pode beneficiar o Estado, ao eleger racionalmente as prioridades de um governo.

Ponto de chegada e partida de passageiros interestaduais e intermunicipais, a atual reforma é o reconhecimento de sua importância, ombreando-o com a que é costumeiramente atribuída a aeroportos, tal como acontece nas maiores cidades do mundo. E isso, entre nós, pode significar também a estréia de uma nova política de respeito aos que, não podendo viajar de avião, ou para outros continentes, contentam-se em conhecer por ônibus as diferentes regiões de seu próprio país. Considerando-se o efeito da reforma sobre a imagem do Recife, se nem sempre a primeira impressão é a que fica, ao contrário do que diz o ditado, pelo menos ela não deixa de ser duradoura.

Construído no final do governo de Moura Cavalcanti, em 1977, o TIP teve uma vida bastante atribulada, pois levou quase uma década para ser colocado a serviço da população. O projeto original de integrá-lo a uma estação do Metrô, no Curado, pela demora de seu acabamento, colocou em risco os dois grandes empreendimentos. Ora considerado pelo ufanismo dos otimistas a “terceira maior estação rodoviária do mundo em área construída”, ora chamado de “elefante branco recifense”, pelos críticos de plantão, o certo é que, somente no final da década de 80 o terminal foi colocado em funcionamento. Depois é que foi acoplado ao metrô de superfície, que tem podido levar seus passageiros terminais até o Bairro de São José, e dali até o centro de Jaboatão dos Guararapes. Mais recentemente, a Timbó, em São Lourenço da Mata.

Mas, como acontece com a maioria dos equipamentos urbanos, neste País, depois dos lucros eleitorais com a festa de sua inauguração, o terminal nem sempre foi bem cuidado. Segundo alguns críticos mais virulentos, o TIP estava virando uma sucata, sem limpeza, sem segurança, sem conforto e sem respeito, tanto do público quanto dos grafiteiros. Seu renascimento, após uma reforma radical e inteligente, levou agora uma usuária a declarar à reportagem do JC: “Parece até que estou embarcando num aeroporto”. E é essa mesma impressão que têm muitos dos que ali chegam, vindos de cidades distantes.

Renovado, o TIP está oferecendo serviços que outros de cidades também importantes e até com maior número de passageiros transportados não possuem, como os carrinhos para deslocar as bagagens, serviços da Internet, cooperativa de táxi com possibilidade de pagamento das corridas por cartões de crédito ou débito automático.

Para reduzir a lengendária exploração de alguns taxistas em estações rodoviárias de todo o mundo, os passageiros desembarcados recebem uma tabela com o valor da corrida, de acordo com o destino, e um impresso identificando o motoris ta e a chapa do veículo. Houve também aumento no número de policiais, o que tem estancado as ocorrências negativas. Existe, ainda, a possibilidade de entrega de bilhetes em domicílio, e se organiza um setor de orientação a turistas e usuários.

Afora os serviços novos, houve vários melhoramentos físicos, a partir das estradas de acesso. Mais jardins, correções na parte hidráulica, melhores assentos de espera, com a oferta de aparelhos de televisão. Descrever o que agora oferece o TIP aos que aqui chegam ou por ele saem para outros lugares, é a melhor forma de elogiar o trabalho realizado. Que essa excelência seja garantida por uma responsável manutenção é tudo o que se espera.


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08/06/2002


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