Tubino nega comentário sobre envolvimento do governo Olívio com jogo do bicho
Durante três horas, os parlamentares integrantes da CPI da Segurança Pública ouviram ontem o ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino, que prestou depoimento sobre comentário que teria feito em reunião do Conselho de Polícia, em fevereiro de 1999, sobre envolvimento do governo do Estado com ramificações do jogo do bicho. Luis Fernando Tubino, que está se recuperando de recente intervenção cirúrgica, prestou o depoimento em caráter sigiloso, ao lado de dois advogados e um psicólogo, em sua residência em Novo Hamburgo, e negou ter emitido qualquer comentário com esse teor, ao contrário do que afirmaram à CPI quatro delegados que participaram da mesma reunião.
Para Vieira da Cunha, o depoimento foi esclarecedor mas surgiu a divergência entre Tubino e os delegados que afirmaram ter ouvido o comentário sobre o jogo do bicho. "O ex-chefe de Polícia confirmou que recebeu duas pessoas em seu gabinete ligadas ao PT, mas que foram lá para tratar do desconto das contribuições partidárias", relatou. Vieira anunciou que vai propor que a CPI utilize as técnicas que a legislação prevê para apurar a verdade. Dentre as providências que requererá, Vieira da Cunha adianta a realização de sessão de acareação.
Ao negar os comentários sobre o envolvimento do governo com o jogo do bicho, Tubino disse aos deputados que recebeu em seu gabinete, na época em que lhe atribuem a afirmação, o então tesoureiro do PT, Dirceu Lopes, e Diógenes Oliveira, do PT, quando recebeu docs bancários para recolhimento de contribuição partidária dos cargos de confiança na polícia civil. Na oportunidade, o tesoureiro do PT teria feito comentários a respeito do jogo do bicho e da corrupção na polícia. Tubino negou a existência de qualquer fita gravada contendo conversas sobre o jogo do bicho. A respeito das máquinas caça-níqueis, Luis Fernando Tubino explicou aos deputados que durante os 12 meses que permaneceu na Chefia de Polícia, encaminhou solicitação à Secretaria de Justiça e Segurança pedindo orientação do governo para o procedimento da polícia nesse assunto, não recebendo nenhuma manifestação oficial até o momento em que se afastou do cargo.
06/22/2001
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