Tuma critica sistema carcerário por morte de pedófilo de Luziânia
Ao comentar, nesta segunda-feira (19), a morte do pedreiro Ademar Jesus da Silva, assassino confesso de seis jovens de Luziânia, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) criticou o sistema penitenciário brasileiro por não ter garantido a segurança do preso. O pedreiro estava detido em uma delegacia em Goiânia e foi encontrado morto neste domingo (18).
Tuma também criticou o sistema judicial e as falhas da polícia desde o início das investigações. Para o senador, a morte de Ademar da Silva vai prejudicar o esclarecimento completo dos crimes.
- Eu acho que o Estado deveria ter mantido uma vigilância permanente sobre ele [Ademar]. Ele pode ter ficado horas ou o dia inteiro sem observação. O sistema carcerário é falho, houve falha total, que trouxe seis vítimas e ainda a impossibilidade de continuidade de investigação mais séria - disse Romeu Tuma em entrevista à Rádio Senado.
O senador também considerou a hipótese de que o pedreiro tenha sido assassinado como "eliminação de arquivo". Tuma defendeu acompanhamento pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia dos exames criminológicos sobre a causa da morte do preso, bem como da continuidade das investigações. O inquérito contra Ademar da Silva será suspenso, explicou Tuma, mas investigações precisam continuar, para evitar que casos semelhantes aconteçam.
Prisão perpétua
O senador defendeu prisão perpétua para crimes de abuso sexual de menores. Ele disse que o Parlamento deve atuar de forma mais firme, em conjunto com a polícia e o Ministério Público, para que esse tipo de crime não seja considerado como um delito comum. Tuma disse que abusadores de crianças e adolescentes são psicopatas que sempre voltam a cometer o crime, não havendo, em sua opinião, tratamento que corrija esse tipo de desequilíbrio.
- A pedofilia tem de dar prisão perpétua. Não dá para soltar um psicopata, que uma semana depois repete o fato. E não há exemplo de recuperação de pedófilo. É um criminoso constante, tem de ficar na cadeia - disse Tuma, ao ressaltar que Ademar da Silva deveria ter tido vigilância permanente na delegacia em Goiânia.
Romeu Tuma observou ainda que a Lei de Execuções Penais tem facilitado a liberação de pessoas com antecedentes que possam levá-las à reincidência. Ele voltou a defender a aplicação de exame criminológico para presos com indícios de psicopatia antes da liberação, bem como a adoção de pulseiras eletrônicas para acompanhamento dos presos liberados.
19/04/2010
Agência Senado
Artigos Relacionados
Senadores comentam morte do pedófilo de Luziânia
Mães de Luziânia pedem apoio da PF para apurar morte de pedófilo
Marisa Serrano acredita que morte de pedófilo não encerra apuração de responsabilidades
SISTEMA CARCERÁRIO NACIONAL
TUMA CRITICA SISTEMA PENAL E PEDE REVISÃO IMEDIATA DA ATUAL LEGISLAÇÃO
Sistema carcerário do País tem defasagem de 200 mil vagas