TUMA DIZ QUE BRASIL PRECISA DE UMA POLÍTICA DE DEFESA



Os poderes constituídos e a sociedade civil devem debater a elaboração de uma política de defesa para o país, disse nesta quinta-feira (dia 2) o senador Romeu Tuma (PFL-SP). Na avaliação do senador, este é o momento adequado para o debate "pois o regime democrático pressupõe uma mudança de ótica na avaliação da segurança nacional".
A política de defesa, na opinião de Tuma, não pode ser substituída pelas estratégias diplomáticas, pois os instrumentos e métodos utilizados por ambas são distintos. Ele observou que no caso de falha da primeira, a Nação poderia estar desprotegida. "A política de defesa não pode ser uma versão adocicada da política externa", ressaltou.
O fato de não existir ameaça externa visível, disse Tuma, não justifica a inexistência de uma política orientada para a vigilância. "A concepção de que o Brasil tem uma vocação pacífica não anula a capacitação do país para com as necessidades de defesa que exigem definições estratégicas, capacidade dissuasória, aprimoramento tecnológico e disponibilidades materiais", observou.
Ao defender uma rediscussão do papel e da atuação das forças armadas, o senador lembrou que os militares brasileiros têm uma preocupação constante com a movimentação norte-americana no continente, notadamente no caso da guerrilha colombiana e do narcotráfico que passa pela região amazônica. "Pode-se até mesmo acusar os militares mais radicais de enxergar uma possibilidade concreta de internacionalização da Amazônia, mas como deixar de atribuir-lhes razão quando sabemos que os guerrilheiros colombianos têm verba superior a 700 milhões de dólares anuais?", questionou. Ele citou ainda as ameaças do crime organizado, da lavagem internacional de dinheiro e do contrabando em terras nacionais.
Ao lembrar que o evento da globalização também conduz à globalização das ameaças, Romeu Tuma pediu o registro, nos anais da Casa, de artigo do ex-senador e ex-ministro Jarbas Passarinho, onde o mesmo confirma a sua impressão e pede o fortalecimento das forças armadas.

02/03/2000

Agência Senado


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