Tuma homenageia 71° aniversário da Revolução Constitucionalista de SP
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) homenageou com um discurso o 71º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, em que São Paulo levantou-se em armas contra o governo de Getúlio Vargas para exigir a Assembléia Nacional Constituinte, prometida desde a chamada Revolução de 1930, que acabou com a República Velha.
- Representou uma batalha perdida na -Guerra Cívica-, como a chamam renomados autores, que gerou a Constituição de 1934 e nela expressou a conquista de importantes direitos, a exemplo do voto feminino - recordou Tuma.
O senador iniciou o discurso dizendo que o grau de evolução política de um povo corresponde ao nível de liberdade desfrutado pelos cidadãos.
- Por conseqüência, somente se deve considerar democrático o país que garanta, pela via constitucional, a existência e a prática das franquias expressas na Declaração Universal dos Direitos do Homem - afirmou.
Tuma lembrou que a capital, São Paulo, tinha sido mutilada por bombardeios e pela ação de metralhadoras na década anterior, durante as revoluções de 1920 e de 1924.
- Quando foram chamados para a nova luta, em defesa das raízes da democracia brasileira, os paulistas natos ou por adoção ainda pranteavam os filhos, civis e militares, tombados naquelas refregas - disse.
O senador recordou que o apelo à constitucionalização do país envolveu os poderes estaduais e as tropas federais baseadas em São Paulo, e até mesmo o Judiciário teve importante papel. Como exemplo, Tuma citou Júlio Marcondes Salgado, major de Cavalaria que, em 1924, combateu a rebelião dos tenentes e defendera uma importante usina elétrica. Em 1932, comandando a Força Pública paulista (o equivalente à atual Polícia Militar), Júlio Salgado morreu num teste de morteiro e transformou-se em um dos grandes vultos da história.
Tuma citou ainda o jornalista Cásper Líbero, que engajou no movimento seu jornal, A Gazeta um dos mais influentes da época. Como resposta, as tropas do governo Vargas invadiram e destruíram a sede do jornal. Depois de exilar-se por dois anos, retornou em 1934 e reconstruiu seu império jornalístico, finalmente transformando suas empresas na fundação que leva seu nome.
Entre os muitos heróis da revolução, Tuma citou Ibrahim Nobre, Nicolau Tuma, Júlio de Mesquita Filho, José Cardoso Sobrinho, Paulo e César Yazbek, Pedro de Toledo, Isidoro Dias Lopes e Euclides de Figueiredo (militar, pai do ex-presidente João Batista de Figueiredo e do escritor Guilherme de Figueiredo).
A revolta paulista, disse Tuma, representou um salto tecnológico para a indústria do estado, mas às custas de muitas perdas dolorosas. Entre as perdas, lembrou a de Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação. Perturbado com a visão do bombardeio aéreo contra o cruzador Bahia, em frente ao litoral do Guarujá, Santos Dumont cometeu suicídio aos 59 anos de idade, -na maior manifestação antibelicista já vista em solo pátrio, como se fosse ele o responsável pelo uso do avião como arma de guerra-, disse o senador.
- -Eu inventei a desgraça do mundo-, teria dito Santos Dumont ao cocheiro que o levara a passear ao longo da praia - lembrou Tuma.
O senador fez um histórico das causas da Revolução de 30, com a derrocada da -política do café-com-leite-, em que mineiros e paulistas de alternavam na Presidência. A tentativa de Washington Luiz Pereira de Souza, de fazer do também paulista Júlio Prestes seu sucessor, quebrou o já precário equilíbrio da República Velha e provocou o levante do Rio Grande do Sul e da Paraíba, o que levou Getúlio ao poder.
O senador citou documentos de época sobre a Revolta Constitucionalista que, mesmo derrotada, provocou a convocação da Constituinte de 1934, citou os mártires e artigos de jornal e depoimentos de historiadores.
09/07/2003
Agência Senado
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