Unesp: Ganho com laranja supera o da cana-de-açúcar aponta estudo



Pesquisa derruba tese que plantar cana é mais rentável do que laranja

Um estudo comparativo de custos e preços, desenvolvido na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), campus de Jaboticabal, ressalta que a rentabilidade do plantio da laranja no Brasil é maior que a da cana-de-açúcar.

“A pesquisa derruba a crença de que plantar cana dá mais dinheiro que laranja”, afirma o autor do trabalho, Waldir Fernandes Júnior, professor de Economia e Administração da FCAV.

Considerando os preços médios de ambas as culturas, em novembro e dezembro de 2005, e um câmbio em que U$ 1 equivale a R$ 2,18, o estudo comprovou que a rentabilidade líquida da laranja, ou seja, o preço menos o custo operacional total, foi maior que a da cana. “O plantador de laranja ganha, por safra, US$ 450 líquidos por hectare, e o de cana, US$ 420”, constata Fernandes Jr., que também é representante da UNESP na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura.

O pesquisador enfatiza que, nos últimos dez anos, a produção brasileira de laranjas cresceu 16%, passando de 311 milhões para 360 milhões de caixas anuais, embora a área plantada tenha diminuído 27%, e o número de produtores, caído de 27 mil para 9 mil. “A explicação advém da melhoria da produtividade e do avanço tecnológico no combate a pragas e doenças ligadas à cultura”, acrescenta Fernandes. Ele lamenta que muitos produtores estejam abandonando a citricultura, “principalmente os que obtêm baixa produtividade, possuem propriedade de pequeno porte ou produção em pequena escala”.

Expectativa de lucros - Segundo Fernandes, a decisão para a troca de culturas estaria associada mais à expectativa de ganhos futuros com o cultivo de cana, associada às altas do preço do petróleo, ao crescimento da produção de carros bicombustíveis e à perspectiva de outros países adotarem o álcool na mistura com a gasolina.

O pesquisador levanta outros fatores para o abandono da laranja pelos citricultores, como a persistência de baixos preços, sistema de ganho medido pela qualidade e não pela quantidade, como no caso da cana, câmbio valorizado e fortes períodos de estiagem. “Nesses aspectos, e do ponto de vista fitossanitário, ou seja, da saúde das plantações, a cana dá menos dor de cabeça do que a laranja e, por isso, muita gente deixa de lado a citricultura e arrenda a terra para que a usina plante a cana”, comenta.

Professor da Faculdade de Engenharia, campus de Ilha Solteira, Fernando Bras Tangerino Hernandez concorda que o principal motivo para a opção pela cana-de-açúcar entre os citri

07/28/2006


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