Universidades estaduais de SP consomem R$ 2,3 bi



O governo de São Paulo investe 30% da receita de ICMs em educação mas, apesar do volume, nenhum centavo tem sido nvestido em pesquisa nos últimos anos. Só para atender as três universidades públicas e assegurar a gratuidade do ensino de 3º grau dos 79 mil alunos matriculados o governo destina quase 10% do ICMs, o equivalente a R$ 2,3 bilhões por ano sendo que 52% se destinam ao pagamento da folha dos inativos. No rateio final, cada aluno custa R$ 25 mil reais por ano, reflexo de um sistema universitário acadêmico mal distribuído. Este quadro cinzento está em discussão no Legislativo paulista e, de lá são esperadas propostas a serem observadas para a reformulação do acesso ao ensino superior no Estado.Entre as alternativas propostas pelos técnicos da Secretaria de Ciência e Tecnologia de São Paulo está a ampliação da oferta e o aproveitamento dos Centros de Educação Tecnológica (CET). Conforme explicou Marcos Antonio Monteiro, diretor superintendente do CEETEPS (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza), aos parlamentares da Comissão de Educação, os CETs paulistas possuem uma capilaridade muito grande e atendem ao público alvo (mais carente) onde 85% possui mais de 18 anos, 73% trabalham e 90% possuem uma renda familiar que varia de 1 a 10 salários mínimos. “Nós já compreendemos que a criação de novos campus ou de novas universidades não atinge este tipo de público, pois esta população não tem recursos para estudar na rede privada, nem cultura para competir com os candidatos mais preparados e oriundos das classes A e B”, observa Monteiro. Segundo a deputada Iara Wortmann (PMDB), a alternativa dos CETs permite oferecer aos estudantes um caminho mais direto e direcionada para uma formação específica atendendo desta forma, as demandas próprias de cada região. Este processo se daria através da oferta de um ensino sequencial onde o aluno cumpridos os módulos receberia uma certificação formando-se primeiramente como técnico e, em um segundo estágio, como tecnólogo. “Isto possibilita à população mais carente concluir a sua formação conforme a disponibilidade e sem prejuízos caso necessite interrompê-la em determinado momento”, observa a deputada. Para o presidente da Comissão, deputado Onyx Lorenzoni (PFL), a sistemática dos CETs retiraram do sistema de educação formal a responsabilidade de atender demandas sazonais que a criação de uma universidade pública, como a proposta apresentada pelo Executivo gaúcho exige. Onyx entende que esta resposta deve ser dada por instituições de ensino complementar. “Todos os reitores e técnicos com quem conversamos foram categóricos ao afirmar - a criação de uma universidade pública no RS só se justificará se ela for inovadora, tiver o apoio da comunidade e não for concorrente das já instaladas pois, os entraves são muitos e os recursos públicos não são suficientes para serem investidos em pesquisa”, conclui Onyx.

03/29/2001


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