Usina nuclear Angra 3 começa a operar em 2013, diz secretário do Ministério de Minas e Energia
A usina nuclear de Angra 3 deverá começar a operar em 2013, informou, nesta quinta-feira (9), Márcio Zimmerman, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, durante a audiência pública para discutir o Programa Energético Brasileiro. O debate foi promovido pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
Zimmerman disse que passou a ser imperativa a conclusão de Angra 3, pois a usina vai contribuir para o cenário futuro do setor elétrico e a energia nuclear terá papel cada vez mais importante. O potencial hidrelétrico do país estará esgotado no horizonte de 2025/2030 e é necessária uma transição da hidrelétrica para a termelétrica, afirmou.
A opção da energia nuclear pode, entre outras vantagens, conforme enumerou o secretário de Planejamento do MME, contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Os cenários do Plano Nacional de Energia 2030 indicam, segundo ele, a necessidade de novas usinas térmicas nucleares, variando de 4.000 a 8.000 MW de acréscimos.
A conclusão de Angra 3 e a continuidade do programa nuclear brasileiro vão permitir a manutenção da participação da energia nuclear na matriz elétrica brasileira e, observou ainda Zimmerman, é preciso iniciar os estudos de localização das futuras centrais nucleares.
O secretário de Planejamento do MME disse que Angra 3 será competitiva do ponto de vista econômico, comparada a outras fontes térmicas. A usina será construída na mesma área licenciada para as usinas Angra 1 e 2, integrantes da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ).
- Angra 3 é uma cópia de Angra 2, e isso é uma vantagem. Não vamos onerar o consumidor. A usina será muito bem-vinda pelo setor elétrico - afirmou.
A expansão planejada pelo governo no setor energético, segundo informou, é de 70% de fonte hídrica e 30% de fonte térmica. Esses planos, disse, identificam o incremento da oferta de energia da ordem de 40.000 MW.
Urânio
Alfredo Tranjan Filho, presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), explicou, na audiência pública, todo o trabalho da entidade e disse que as atuais reservas brasileiras de urânio são suficientes para o atendimento previsto nos próximos 30 anos pelo Plano Nacional de Energia 2030.
O potencial adicional dessas reservas, de cerca de 800 mil toneladas, permite a inserção do Brasil entre as três maiores nações do mundo com esse produto, informou. O presidente da INB disse ainda que trabalhos de prospecção deverão ser feitos para a confirmação dessa estimativa.
O urânio, segundo explicou, é uma expressiva fonte de recursos que poderia propiciar o financiamento de todo o ciclo de combustível e, eventualmente, proporcionar autonomia da INB em relação ao Tesouro Nacional.
09/08/2007
Agência Senado
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