USP de Ermelino Matarazzo desenvolve ações culturais
Projeto Leitura para a Cidadania vai doar livros de autores brasileiros para escolas públicas de todo o Brasil
No próximo dia 1o de novembro, na Praça Benedito Ramos, em Ermelino Matarazzo, zona leste, será lançado o Projeto Leitura para a Cidadania, parceria entre o Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce) da Universidade de São Paulo (USP) e a Editora Paulus. O Nasce desenvolve ações de extensão cultural nas comunidades da zona leste da capital.
Haverá cinco horas de programação, das 8 às 13 horas, com show de arte e educação, apresentações de artistas do bairro, jogos, desafios, gincanas e tenda dos parceiros locais, que unirão lazer e aprendizagem.
Serão entregues dois kits de livros. O primeiro, destinado ao ensino básico, para alunos de 6 a 10 anos de idade, conterá as obras Contos de escola, de Machado de Assis, Água da vida e O urubu e o sapo, dos irmãos Grimm, duas coleções – Brincando com provérbios populares e Brincando com adivinhações populares – e O menino, o avô e a árvore da vida, do padre Bortolini. O outro, para os estudantes do ensino médio, tem quatro obras: Helena, de Machado de Assis, O cortiço, de Aluízio Azevedo, Clara dos Anjos, de Lima Barreto, e A Luneta mágica, de Joaquim Manoel de Macedo.
Segundo Aurimar Pacheco, coordenador do Projeto Leitura para a Cidadania, a iniciativa da Editora Paulus tem por objetivo doar livros de autores brasileiros para escolas públicas de todo o Brasil. “Acreditamos que com essas ações estamos formando futuros leitores e incentivando o desenvolvimento social e cultural do ser humano”, afirma Pacheco.
Espaço da comunidade – O professor Ulisses Araújo, coordenador do Nasce e vice-coordenador do ciclo básico da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, ressalta que o núcleo não desenvolve apenas atividades relacionadas à universidade. “É um espaço da comunidade, por isso várias outras ações podem acontecer”, afirma.
Neste mês de outubro, por exemplo, estão sendo oferecidos gratuitamente cursos ministrados por professores e alunos da EACH-USP, como o de Gestantes e o de Cuidadores de Idosos. Há também o curso Aprender a Empreender, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), oferecido para os pequenos empreendedores do bairro. O Nasce conta ainda com biblioteca comunitária de 7,2 mil volumes e uma sala de informática conectada à Internet, na qual a comunidade tem acesso a cursos básicos e à navegação na rede.
A criação do Nasce para as comunidades da zona leste foi a primeira ação da universidade ao iniciar a instalação da USP no bairro, explica Araújo. “Nosso papel é desenvolver a pesquisa e extensão com essas comunidades. Colocamos ‘comunidades’, no plural, porque são 4,5 milhões de habitantes na zona leste”, afirma.
Mais verbas – Além da EACH-USP, o Nasce desenvolve ações de outras unidades da instituição de ensino, principalmente da Faculdade de Educação. Araújo diz que (embora o núcleo atue na comunidade de maneira incipiente, por conta da falta de recursos) pretende aumentar a capacidade para atender 40 mil pessoas. Para isso, está buscando empresas e instituições financeiras para conseguir verbas e criar projetos nas áreas de educação, saúde, sustentabilidade, geração de emprego, arte e política.
O coordenador explica que, segundo o estatuto da USP, o Nasce, por ser um espaço da comunidade sem fins lucrativos, precisa ter autonomia financeira. Como o núcleo da zona leste é dedicado ao atendimento social da comunidade, depende muito da captação de recursos junto a entidades privadas.
Um grupo de empresários da região uniu-se para manter o núcleo no bairro (leia boxe). Para Araújo, a mobilização foi muito importante: “Essa resposta muito nos alegra, pois mesmo as poucas ações que conseguimos desenvolver têm grande significado para a comunidade local”.
Empresários locais mantêm sede
“O Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce) não pode morrer”. Com essa afirmação, Valdenir Meira Pereira de Oliveira, sócia da escola Skill Idiomas, de Ermelino Matarazzo, conta que se cotizou com outros empresários do bairro para não deixar o núcleo da USP desaparecer. O contrato de aluguel da antiga sede encerrou e havia o risco de a unidade não ter mais lugar para funcionar.
No núcleo, Valdenir mantém o Projeto Skill para o Brasil, que procura levar às crianças sem condições de pagar curso de línguas, a oportunidade de aprender inglês. “Sem o Nasce, não seria possível manter essa atividade”, explica. Graças à união e à boa vontade dos empresários locais, o Nasce vai continuar na região. A nova da sede fica no centro do bairro.
Maria Goretti Oliveira de Almeida, gerente da Padaria Diamante Dourado, faz parte do grupo de empresários que contribuirá para pagar o aluguel. Para ela, é importante manter o núcleo na região, porque a comunidade é muito carente, sem atividades de lazer e cultura. “Todos procuram os cursos do Nasce, porque são bons e gratuitos. O núcleo é uma conquista nossa e não podemos deixá-lo fechar as portas”, diz.
SERVIÇO
Núcleo de Apoio Social, Cultural e Educacional (Nasce) da USP
Rua Paranaguá, 1.591 – Ermelino Matarazzo – São Paulo
Mais informações pelo telefone (11) 2943-3530 ou no Site www.uspleste.usp.br/nasce
Izabel Leão, do Jornal da USP
(M.C.)
10/22/2008
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