USP: Estudo da Esalq incentiva produção eficiente de silagens



Pesquisa quer assegurar à silagem a condição de fonte de nutrientes de baixo custo

O clima tropical predominante na maior parte do País é favorável para o cultivo de plantas forrageiras. Entretanto, na entressafra das pastagens o uso de suplementares é importante para manter o desempenho dos animais e estimular as atividades. Uma das alternativas está na produção de silagens que no Brasil tem-se constituído em opção cara, conseqüência de erros de manejo e da baixa eficiência do processo de produção e alimentação dos animais. Promover a mudança desse paradigma é o que vem sendo feito no Laboratório de Bromatologia, do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, onde se estudam alternativas para reduzir o custo deste tipo de alimento. As pesquisas buscam métodos eficientes no processo de ensilagem, por meio de técnicas que promovam menores perdas desde a condução da cultura até o consumo desse alimento pelos animais.

O professor Luiz Gustavo Nussio, coordenador dos estudos da equipe de Qualidade e Conservação de Forragens do Departamento de Zootecnia, justifica a pesquisa para assegurar à silagem a condição de fonte de nutrientes de baixo custo. “Acreditamos que esses produtos somente poderão ter sua utilização legitimada se puderem oferecer qualidade a custos reduzidos, do contrário as rações com maiores doses de ingredientes concentrados deverão ser utilizadas com maior freqüência. A adoção de práticas de manejo integradas na produção e utilização desses volumosos pode garantir a manutenção da conveniência de uso desse recurso forrageiro”.

Aceitação internacional 

Segundo Nussio, o desafio para se chegar a um produto de preço competitivo é torná-lo menos perecível para reduzir as perdas. “Pesquisamos técnicas que além de garantirem bom processo de fermentação possam também expandir o período de estabilidade da silagem”. Uma das estratégias utilizadas consiste num sistema de monitoramento que acompanha todas as etapas do processo e do equilíbrio entre elas, mais do que a atenção a cada fase isoladamente. “Assim, a condução da cultura, o acompanhamento da colheita e picagem, a compactação da forragem no silo, a vedação do silo, a desidratação da forragem ou uso de absorventes, a aplicação de aditivos químicos-microbianos e a abertura e oferecimento ao animal são encarados como fases de um processo cujo balanço final deverá ser positivo”, comenta Nussio.

O professor, que participa freqüentemente de reuniões científicas apresentando resultados de trabalhos conduzidos na escola, como recentemente num simpósio na República Tcheca, afirma que a orientação técnica dos trabalhos de pesquisa conduzidos no Brasil tem recebido boa aceitação internacional e permitido a consolidação de parcerias de pesquisa com instituições de ensino e empresas atuantes no setor. “Buscamos soluções para problemas típicos da conservação de forragens tropicais utilizando conceitos e estratégias consagradas em outros países, com o compromisso da obtenção de resultados efetivos para a pecuári

06/02/2006


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