USP: Estudo quer tornar a indústria marítima mais competitiva e avançada
Diagnóstico do setor abrange identificação de potenciais e fragilidades de toda a cadeia produtiva
O Departamento de Engenharia Naval da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) está mapeando toda a cadeia produtiva da indústria marítima brasileira, do aço ao navio. Com os estudos, cujo prazo de conclusão é de dois anos, a universidade quer criar mecanismos capazes de aumentar a competitividade, ampliar o mercado e conquistar padrões internacionais de produção. Para isso, recebe recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A redução da participação da indústria marítima brasileira no mercado nacional e internacional e a dependência de empresas multinacionais levaram à criação do projeto. O trabalho pretende conhecer as empresas nacionais do setor, diagnosticar entraves ao desenvolvimento e analisar competências essenciais de cada cluster. Originalmente, o termo cluster significa conjunto de computadores que busca solução de problemas complexos. Para a indústria marítima, trata-se da união de esforços e competências e o compartilhamento de equipamentos e informações com o intuito de desenvolver o setor. O estudo identificará também o potencial e os fatores que favoreçam o crescimento e comparará clusters nacionais como os da Europa e da Ásia.
Na atuação conjunta da USP, CNI e Finep está prevista a montagem de um cluster no Brasil. Com isso, será possível traçar políticas de governo nas áreas de educação e pesquisa e leis de incentivo à produção e à comercialização. Além disso, haverá a possibilidade de elaborar ações empresariais e planos estratégicos em cada área, esclarece o professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Poli/USP, Rui Carlos Botter. “Com a identificação das áreas críticas e as oportunidades de negócios, o desafio é fazer a indústria marítima crescer e torná-la competitiva, ao compartilhar o potencial de cada empresa brasileira e aproveitar o que funciona nas cadeias produtivas do Exterior”, diz Botter.
Potencial brasileiro
A USP fará diagnóstico das áreas da construção e reparação naval, equipamentos marítimos, atividade offshore, navegação fluvial, pesca, esporte e lazer náutico, indústria militar naval, navegação marítima, portos (equipamentos portuários e dragagem), sistemas de defesa, regulação setorial, meio ambiente e serviços marítimos. Caberá à CNI fazer os contatos com as associações empresariais e empresas interessadas no desenvolvimento do setor. “A parceria com a CNI é importante, porque a entidade conhece, na prática, os problemas do segmento marítimo”, afirma Botter.
Considerada fundamental para qualquer economia por envolver diversos setores no processo produtivo, a indústria naval de 14 países conseguiu se reestruturar e tornar toda a cadeia competitiva ao adotar a sistemática de clusters. É o caso de Holanda, Coréia do Sul e Noruega. Com potencial para crescer nesse setor, o Brasil se destaca por ser grande produtor de aço, ter indústrias desenvolvidas de eletrônica e de bens de capital e extensa costa
05/11/2006
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