USP: FAU e Poli aproximam Arquitetura e Engenharia Civil
Alunos dessas duas unidades da USP podem receber dupla formação
Chegam ao mercado de trabalho em setembro os três primeiros profissionais contemplados pelo Programa de Dupla Formação, envolvendo alunos da Faculdade da Arquitetura e Urbanismo (FAU) e da Escola Politécnica, ambas da Universidade de São Paulo. O programa possibilita que estudantes de Engenharia Civil da Poli façam disciplinas na FAU, e vice-versa. De certa forma, é o resgate de um período em que a USP formava engenheiros-arquitetos, que durou até 1954.
Desse tempo, surgiram profissionais que ajudaram a moldar a fisionomia urbana de São Paulo e hoje são homenageados com a denominação de logradouros públicos da cidade de São Paulo. São nomes como João Baptista Vilanova Artigas, Roberto Cerqueira César, Luiz Ignácio de Anhaia Mello, Alexandre Albuquerque, Ícaro de Castro Mello, Amador Cintra do Prado, Alfredo Mathias e Francisco de Paula Dias de Andrade. Há ainda aqueles que, embora tenham se formado em apenas uma das profissões, também se destacaram na outra. É o caso, por exemplo, do engenheiro civil Ramos de Azevedo, que atuou com sucesso na Arquitetura, tendo entre suas obras mais famosas o Theatro Municipal de São Paulo.
Salto qualitativo - Agora, depois de mais de 50 anos separadas, as duas instituições perceberam importância de se dar, novamente, um salto qualitativo, por meio da integração da Engenharia Civil e da Arquitetura. “Com a revolução tecnológica e da informática, com grande concorrência internacional, em que só os competentes conseguem garantir uma eficiente e eficaz atuação, é necessário esta aproximação para que se formem profissionais com perfil adequado para a nova realidade”, diz o professor Francisco Ferreira Cardoso, um dos representantes da Poli na Comissão de Coordenação do Programa.
Criado em 2004, o programa dá uma formação ampliada aos alunos das duas unidades. Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo da FAU, além de todas as disciplinas dessa faculdade, cursam disciplinas de Engenharia Civil na Poli durante dois anos. Os alunos de Engenharia Civil, por sua vez, fazem o inverso, ou seja, todo o seu curso na Poli e mais dois anos na FAU.
Mais importante do que isso é o conhecimento que os alunos participantes adquirem nesses dois anos extras de estudos. “Eles vão sair com sete anos de formação, cinco dos quais na sua faculdade de origem e mais dois na de destino, o que vai diferenciá-los no mercado de trabalho; as empresas correrão atrás deles”, prevê Cardoso. “Além disso, os alunos aumentarão seus conhecimentos e sua rede de relações, que serão importantes no exercício da profissão e no desenvolvimento da carreira”.
Nos dois anos em que estudam na Poli, os alunos da FAU cursam disciplinas que tratam de questões tecnológicas, dos materiais, dos processos construtivos, das estruturas e das ferramentas de trabalho, particularmente da informática, além das questões de transporte e seu planejamento, gestão de projetos, de empreendimentos e de canteiros de obra. “Os alunos da Poli, por sua vez, adquirem na FAU a visão mais abrangente da Arquitetura e Urbanismo, que incorpora as questões do projeto, da estética e das humanidades, como a história da arte, e também de aspectos técnicos, como os ligados ao conforto ambiental”, explica Cardoso.
Desde que foi implantado, 46 alunos já aderiram ao programa. Amanhã, dia 31 de agosto, vai haver a colação de grau dos três primeiros participantes, dois da FAU e um da Poli. Eles receberão o diploma de sua unidade de origem, e um certificado de participação no Programa, emitido pela faculdade de destino. A cerimônia será realizada às 19 horas, no Audi
08/31/2006
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