USP: Programa auxilia diagnóstico dos efeitos de problemas neurológicos na atividade muscular



O programa irá auxiliar na interpretação de patologias neurológicas como Acidente Vascular Cerebral

Um grupo de pesquisa do Laboratório de Engenharia Biomédica (LEB) da Escola Politécnica (Poli) da USP criou um simulador para médicos e fisioterapeutas testarem a atuação dos neurônios na atividade muscular. O programa irá auxiliar na interpretação de patologias neurológicas, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC). O LEB também desenvolveu, entre outros projetos, um estimulador elétrico para reabilitar pacientes com problemas de locomoção.

O professor da Poli, André Fábio Kohn, que coordenou a pesquisa do simulador, explica que o programa imita a atuação de mais de 300 neurônios sobre um músculo específico do corpo. "Na entrada, coloca-se a intensidade do movimento que vai ser dada ao músculo, como se fosse uma instrução do cérebro", conta. "O acionamento dos neurônios é acompanhado em um gráfico."

A criação do simulador, segundo Kohn, envolveu o trabalho coordenado de fisioterapeutas e biólogos, que realizaram experiências sobre o comportamento do sistema nervoso que controla os músculos.

"Com base nessas observações, físicos e engenheiros desenvolveram um modelo matemático do comportamento de neurônios e músculos, para obter resultados mais apurados no computador". Um artigo sobre o protótipo do simulador está em fase de elaboração, para publicação em revista internacional. "Posteriomente, o programa deverá ser disponibilizado na internet."

Reabilitação

José Carlos Moraes, professor da Poli que integra o LEB, explica que entre as áreas de atuação da engenharia biomédica estão a bioengenharia, a instrumentação biomédica, a engenharia clínica e a engenharia de reabilitação. "Em dez anos, o Laboratório desenvolveu quatro gerações de um estimulador elétrico funcional, para o tratamento de pacientes com deficiências neuromotoras", aponta.

O estimulador é usado em atividades monitoradas de condicionamento físico. Segundo o professor, as pesquisas com microprocessadores e microcontroladores reduziram o tamanho do estimulador. O que antes media 28 centímetros (cm) por 7 cm (semelhante a uma caixa pequena de sapatos), foi reduzido para 10 cm por 6 cm, tamanho aproximado de uma fita cassete. "A última versão do aparelho, sem fios, inclui medições por telemetria e é controlado remotamente", afirma. Além de emitir estímulos elétricos, permite monitorar sinais fisiológicos do paciente, como por exemplo as freqüências cardíaca e respiratória.

O Laboratório estuda também a classificação de sinais elétricos musculares. "O objetivo é separar os sinais normais dos neuropáticos e miopáticos, que indicam alterações no sistema neuromuscular", diz a professora Cinthia Itiki, integrante do LEB. Uma das formas de diagnóstico médico é a eletromiografia, que utiliza eletrodos de agulha inseridas nos músculos. "As pesquisas apontaram que a análise de trechos de sinal mais longos aprimora os resultados da classificação"

José Carlos relata que o LEB possui convênios com empresas da indústria médica e hospitalar para realizar projetos de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. "Foram desenvolvidos equipamentos relacionados com a área cardíaca, oximetria (medição de oxigênio no sangue) e urodinâmica, para ensaios de comportamento urinário", diz.

"O Laboratório também assessora o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Inmetro e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na avaliação e conformidade de equipamentos médicos utilizados no Brasil", conclui o professor, que preside a Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica.

Mais informações: (0XX11) 3091-5535, com André Fabio Kohn; (0XX11) 3091-5269, com José Carlos Moraes e (0XX11) 3091-5150, com Cinthia I

04/19/2006


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