Vacina contra a Aids criada na USP será testada em macacos
Imunizante foi desenvolvido e patenteado pelos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
A vacina contra o vírus HIV desenvolvida por brasileiros começará a ser testada em macacos no segundo semestre deste ano. Com duração prevista de 24 meses, os experimentos têm o objetivo de encontrar o método de imunização mais eficaz para ser usado em humanos.
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Denominado HIVBr18, o imunizante foi desenvolvido e patenteado pelos pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), Edecio Cunha Neto, Jorge Kalil e Simone Fonseca. Atualmente, o projeto é conduzido no Instituto de Investigação em Imunologia, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, um programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Uma versão anterior da vacina, desenvolvida por pesquisadores da USP, já havia sido testada em camundongos, mostrando que a técnica era eficaz. No teste mais recente, feito com os camundongos e ainda não publicado, os pesquisadores avaliaram a capacidade dessa nova vacina de reduzir a carga viral no organismo.
De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da USP e um dos pesquisadores, Edecio Cunha Neto, "o HIV normalmente não infecta camundongos, então foi utilizado um vírus chamado vaccínia, que é aparentado do causador da varíola, e colocamos dentro dele antígenos do HIV". Nos animais imunizados, a quantidade do vírus modificado encontrada foi 50 vezes menor que a do grupo controle.
Segundo Cunha Neto, a HIVBr18 também poderia ser usada para fortalecer o efeito de outras vacinas contra a Aids, como a desenvolvida pelo grupo do imunologista Michel Nussenzweig, da Rockefeller University, de Nova York, feita com uma proteína do HIV chamada gp140.
A última etapa do teste pré-clínico será realizada na colônia de macacos Rhesus do Instituto Butantan. A vantagem dos testes em primatas é a semelhança com o sistema imunológico humano e o fato de eles serem suscetíveis ao SIV, vírus que deu origem ao HIV.
Se a vacina for bem-sucedida nessa etapa, ela pode despertar interesse comercial. Os cientistas esperam atrair investidores privados, uma vez que o custo estimado para chegar até a fase seguinte dos testes clínicos é de R$ 250 milhões. Até o momento, somando o financiamento da Fapesp e do governo federal, foi investido cerca de R$ 1 milhão no projeto.
Do Portal do Governo do Estado
08/06/2013
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