Vacina contra a dengue deve ser testada em 2009



Este ano, só no Rio de Janeiro, a dengue atingiu 117 mil pessoas e matou 95 por febre hemorrágica

USP e o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, estão na briga internacional para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. O professor Expedito Luna, do Instituto de Medicina Tropical da USP, e a pesquisadora Elena Caride Campos, da Fiocruz, participaram de um debate na terça-feira, 15, sobre os progressos e dificuldades para a obtenção de uma vacina para a doença.

Este ano, só no Rio de Janeiro, a dengue atingiu 117 mil pessoas e causou a morte de 95 por febre hemorrágica. Ambos os pesquisadores mostraram que no mundo há sete tipos de vacinas em andamento. No caso da USP, a pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, o Hospital Johns Hopkins e a Universidade de Berkeley.

O modelo usado pelos pesquisadores é uma forma atenuada do vírus da dengue. “Com os vírus 1 e 2 da dengue, conseguimos 100% de imunologia. O problema é com os vírus do tipo 3 e 4. Ainda não temos uma resposta de defesa efetiva para a doença”, explica Luna. São dois os problemas encontrados pelos pesquisadores para o desenvolvimento da vacina: ela precisa conter os quatro tipos de vírus da dengue, DEN 1, 2, 3 e 4, e o homem é o único hospedeiro do vírus. Não há um modelo animal que replique a dengue.

A Fiocruz está trabalhando com a tecnologia de clones infecciosos a partir da vacina da febre amarela. Esse modelo é chamado de quimera. A técnica consiste em recombinar moléculas de DNA de ambos os vírus, substituindo a capa do vírus da febre amarela pelo da dengue. O sistema imunológico reconhece a proteína do vírus e produz os anticorpos para a defesa do organismo.

Na linha de frente desse tipo de pesquisa está a multinacional Sanofi Pasteur, que já está realizando testes com seres humanos e conseguiu 100% de imunologia para a doença, a partir da aplicação de três doses da vacina. Na opinião de Elena, seria muito importante para o Brasil passar à frente dessa pesquisa, uma vez que facilitaria ao país negociar essa tecnologia no futuro. “Já temos os clones dos quatro tipos de vírus da dengue. A previsão é de que no ano que vem já estejamos iniciando os testes clínicos”, diz Elena.

Da Unicamp



07/17/2008


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