Valmir Amaral questiona se Brasil não está caminhando para mais uma década perdida
Afirmando que o povo brasileiro não agüenta mais ver sua renda diminuir, enquanto os bancos registram rendimentos recordes, o senador Valmir Amaral (PMDB-DF) questionou em discurso nesta quinta-feira (22) se o Brasil não está caminhando para mais uma década perdida.
- O governo precisa, de uma vez por todas, dar uma guinada na direção de sua política econômica, no sentido de gerar emprego e renda - disse o senador.
Valmir Amaral frisou que os números da economia são amargos e citou dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostram que o índice de desempregados continua a crescer, chegando à casa dos 12% nas seis maiores regiões metropolitanas do país.
O parlamentar explicou que, em comparação a fevereiro de 2003, a renda média do trabalhador brasileiro teve uma queda de 5,7%, cerca de 20% abaixo do seu nível em 1998, em termos reais. Na avaliação do senador, o único indicador que o Banco Central e a equipe econômica parecem enxergar é o das metas de inflação.
- Não interessa se os salários estão corroídos, se os impostos e as tarifas públicas são onerosos, se não há política industrial efetiva nem estímulo à produção e geração de empregos. O que importa é controlar a inflação, uma miopia que só vislumbra a fria leitura de balancetes - disse.
Valmir Amaral criticou a equipe econômica por, mediante altas taxas de juros, estrangular a capacidade de produção e de crescimento nacional. Para efeito de comparação, disse que a ação do governo se assemelha a controlar uma hemorragia na perna com sua amputação. Ele pediu que se estabeleça um novo pacto para o progresso da economia nacional.
Ao responder um aparte em que no senador Mão Santa disse que o governo não está sabendo estimular o empresariado, Valmir Amaral disse que esposa trabalha de domingo a domingo numa concessionária Fiat e, no fim do mês, reclama sempre por que a empresa não consegue registrar nem 1% de lucro líquido. Segundo o senador, isso vem acontecendo há quase 24 meses.
22/04/2004
Agência Senado
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