VALMIR CAMPELO SE DESPEDE DO SENADO
"Deixo esta Casa, onde tanto aprendi e tantas amizades fiz e a que me sinto ligado por poderosos e indestrutíveis laços afetivos, mas não deixo a vida pública". Assim o senador Valmir Campelo (PTB-DF) despediu-se hoje (dia 12) do Senado, já que toma posse amanhã (dia 13) do cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
- É um novo desafio que assumo em minha vida pública, com humildade e determinação. Não trairei a confiança que os senadores e deputados distinguiram-me com essa nomeação e me empenharei com todas as minhas forças para honrá-la. O TCU, como órgão assessor do Congresso Nacional, é um instrumento de valia inestimável para o cumprimento da missão parlamentar de fiscalizar os demais poderes da República - disse.
Valmir Campelo fez um histórico da sua trajetória de vida, desde a infância, "humilde e sofrida como a maioria da população brasileira", em sua cidade natal, Crateús (CE). Ele afirmou que, no início da década de 60, apostou no sonho de Juscelino Kubitschek e veio para Brasília, "na certeza de que estaria contribuindo para a construção de um novo momento da história do Brasil".
- Se devo ao Nordeste, particularmente ao meu querido Ceará, a capacidade de luta, a têmpera e a resistência diante das adversidades, devo a Brasília tudo o que conquistei na vida pública. Aqui, galguei, com sacrifício e obstinação, cada degrau da minha carreira - salientou.
O senador lembrou que se formou em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e depois assumiu a função de administrador público de três cidades-satélites de Brasília: Brazlândia, de 1971 a 1973, Gama, de 1974 a 1981, e Taguatinga, de 1981 a 1985, ano em que foi o deputado federal mais votado do Distrito Federal na primeira eleição da capital federal.
Valmir Campelo destacou ainda que, em 1990, foi eleito senador, tendo participado de duas CPIs que entraram para a história do país: a CPI do PC, em 1992, que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, e a CPI do Orçamento, em 1993, que resultou na cassação de diversos parlamentares. Ele acrescentou que, em 1994, candidatou-se ao governo do Distrito Federal, e embora tenha ganho no primeiro no turno, foi derrotado no segundo turno.
TRAJETÓRIA
Em aparte, o senador José Eduardo Vieira (PTB) disse que a trajetória de Valmir Campelo fez dele um grande conhecedor da administração pública, "com a qual sua personalidade ilibada mantém profundo comprometimento de honradez e eficácia". Ao garantir que Valmir foi "sempre e acima de tudo, um servidor público", Vieira considerou que a escolha de Campelo para o TCU faz justiça aos seus méritos e enobrece o Senado.
O senador Jáder Barbalho (PMDB-PA) salientou que Valmir Campelo leva "uma bagagem fantástica" para o TCU em razão dos conecimentos que detém sobre o serviço público. Para ele, Valmir conseguiu no Senado o respeito e admiração de todos os seus pares.
Já o senador Hugo Napoleão (PFL-PI) destacou, em nome do partido, a conduta pública de Valmir Campelo, assinalando que "o Senado perde um grande senador, mas o Brasil ganha um grande ministro".
O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) lembrou que Valmir foi o deputado federal mais votado no país e destacou a sua atuação como constituinte.
Por sua vez , o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) disse que Valmir Campelo repetiu a "saga do nordestino", vindo de Cratéus, no Ceará para vencer em Brasília. Ele afirmou que Valmir continuará honrando o serviço público com seu desempenho no TCU.
O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) destacou a amizade pessoal que tem com Valmir Campelo e a atuação dele em várias administrações de cidades-satélites do Distrito Federal e lembrou a dedicação e assiduidade de Valmir aos trabalhos da Constituinte. Arruda disse que Valmir é um homem vitorioso, e atribuiu a humildade como a mais importante característica do novo ministro do TCU.
O senador Epitácio Cafeteira (PPB-MA) lembrou a assiduidade do senador Valmir Campelo às sessões plenárias do Senado, fossem elas deliberativas ou não. A seu ver, Valmir continuará sua trajetória de homem vitorioso também no TCU.
O senador Elcio Alvares (PFl-ES) elogiou o caráter, o companheirismo e a humildade de Valmir Campelo, destacando que a atuação dele no TCU será brilhante, a exemplo do que aconteceu no Senado.
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) destacando a dignidade com que Campelo sempre se houve no trato com a coisa pública, disse ele lutará, no tribunal, contra a corrupção.
O senador Sérgio Machado (PSDB-CE) lembrou que a cidade de Cratéus tem três senadores, "e todos os cearensesestão orgulhosos da indicação de Valmir Campelo para o TCU".
A senadora Júnia Marise (PDT-MG)ressaltou a atuação política de Valmir Cameplo,"voltada para os interesses do país e de seu povo".
A senadora Marluce Pinto (PFL-RR) falou sobre a honradez do novo ministro, assinalando que "após todos os cargos que já assumiu, Valmir continua sendo um homem pobre".
UNANIMIDADE
Em suas homenagens ao novo ministro do TCU, os senadores Ramez Tebet (PMDB-MT) e Gilvam Borges (PMDB-AP) observaram que a despedida de Valmir Campelo talvez tenha obtido a maior unanimidade já registrada no plenário, fato também notado por Pedro Simon (PMDB-RS) e Júlio Campos (PFL-MT), que a comparou à despedida "também longa e brilhante" dada a Mauro Benevides.
Conforme Carlos Wilson (PSDB-PE), Valmir irá substituir um dos mais talentosos ministros do TCU, Paulo Afonso Martins, "circunstância que honra o TCU e o ministro" e, na opinião de José Agripino (PFL-RN), a escolha de Valmir para o Tribunal foi das mais acertadas. Pela experiência como administrador e legislador, Valmir Campelo está à altura de quem vai substituir, reiteraram José Ignácio Ferreira (PSDB-ES) e Fernando Bezerra (PSDB-RN).
Os senadores Geraldo Melo (PSDB-RN), Bello Parga (PFL-MA), Esperidião Amin (PPB-SC), Osmar Dias (PSDB-PR), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Regina Assumpção (PTB-MG) agradeceram a Valmir o privilégio do companheirismo que dele puderam desfrutar. A mesma qualidade teria transformado Valmir "no quarto senador pelo Tocantins", registrou Leomar Quintanilha (PPB-TO).
Outras qualidades ressaltadas por Lúdio Coelho (PSDB-MS), Levy Dias (PPB-MS), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e José Eduardo Dutra (PT-SE) foram a humildade e a urbanidade do novo ministro do TCU, características que, no entendimento de João Rocha (PFL-TO), o teriam levado a valorizar a exercício das funções e cargos que assumiu na vida pública. "A humildade é o orgulho dos homens públicos", frisou Francelino Pereira (PFL-MG).
Vários senadores também explicitaram as expectativas que alimentam em relação ao papel que Valmir poderá cumprir no TCU. Carlos Patrocínio (PPB-TO) observou que muitas vezes as contas de prefeitos e governadores "não fecham", fato a exigir, antes de qualquer punição, orientação. Ademir Andrade (PSB-PA) registrou sua confiança de que Campelo, com a sinceridade e franqueza peculiares, julgará os processos com isenção. Já para Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Alves (PFL-SE), ele poderá colaborar na melhoria do desempenho do TCU, submetido recentemente a avaliações críticas da imprensa.
Os senadores Beni Veras (PSDB-CE) e Edison Lobão (PFL-MA) parabenizaram Valmir Campelo pela indicação, enquanto Gilberto Miranda (PFL-AM) salientou que, todos os elogios feitos e somados, eles foram pouco perto do que o senador homenageado representacomo homem público.
12/11/1997
Agência Senado
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