Valter Pereira defende isonomia também entre trabalhadores inativos
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) protestou contra a falta de isonomia entre a remuneração dos trabalhadores da ativa e a de aposentados e pensionistas. Em pronunciamento nesta quinta-feira (20), ele disse também que não há isonomia entre os inativos, uma vez que os 16 milhões que ganham um salário mínimo tiveram reajuste de 115% acima da inflação, enquanto os outros 8 milhões que ganham acima do valor do mínimo amargam perdas de 49% em relação à inflação. Os primeiros, explicou, são beneficiados pelo mandamento constitucional que proíbe o pagamento de benefícios em valor menor que um salário mínimo, o qual, por sua vez, vem recebendo reajustes acima do índice do custo de vida.
O parlamentar ressaltou que "aposentados e pensionistas não são meros assistidos do governo: são segurados de um sistema previdenciário, com benefícios conquistados duramente mediante contribuições recolhidas mensalmente durante longos anos". Em sua opinião, os benefícios devem ser pagos com base nos salários que recebiam quando efetuaram as contribuições, uma vez que era esse o contrato vigente à época.
Valter Pereira afirmou que "vozes das mais influentes se levantaram para chamar os senadores de levianos", devido à aprovação, pelo Senado Federal, do PL 58/03, que atualiza os valores pagos em aposentadorias e pensões. O autor da matéria, o senador Paulo Paim (PT-RS), foi chamado, de acordo com Valter Pereira, de irresponsável.
- Essa heresia, de certa forma, já foi reparada com a vigília cívica realizada anteontem - afirmou, lembrando a sessão de terça-feira (18), que durou 16 horas e só terminou às 6h de quarta-feira (19). A vigília foi realizada em prol da aprovação, pela Câmara dos Deputados, de dois projetos de Paim e um outro do Executivo que favorecem aposentados e pensionistas.
Em aparte, Paim afirmou que, nos últimos quatro anos, a emenda constitucional que estipula a Desvinculação dos Recursos da União (DRU) retirou R$ 198,7 bilhões do orçamento da seguridade social. Para Paim, dizer que a seguridade social está falida é, portanto, "um discurso enganoso". Também participaram do discurso de Valter Pereira, em apartes, os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC).
20/11/2008
Agência Senado
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