Vanessa Grazziotin registra faturamento recorde na Zona Franca de Manaus



Matéria retificada às 19h09


Em pronunciamento nesta quinta-feira (10), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) saudou o faturamento recorde de US$ 35 bilhões obtido pela Zona Franca de Manaus em 2010. O valor é 35% superior ao obtido em 2009 (US$ 26 bilhões) e maior que o orçamento de muitos países vizinhos do continente sulamericano, disse a senadora.

Vanessa Grazziotin destacou a importância dos segmentos eletroeletrônicos, duas rodas, químico e descartáveis. A senadora também registrou o crescimento do nível de emprego em 2010. Agora há um total de 110 mil postos de trabalho direto na Zona Franca, informou.

A senadora, no entanto, lamentou que no governo Collor (1990-1992) o polo industrial tenha sido alvo de uma política industrial que não levou em conta uma área de exceção como a Zona Franca de Manaus, cujos operários passaram à condição de vendedores ambulantes, em razão dos prejuízos registrados em todos os setores.

- Não queremos que a Zona Franca seja vista com desconfiança pelo Brasil; não é e não pode ser jamais um galpão de montagem ou maquiagem, tem que ser um modelo de produção - afirmou.

A senadora ressaltou que a maior fábrica de motocicletas da Honda no continente sulamericano localiza-se na Zona Franca de Manaus, numa unidade em que o índice de nacionalização das peças alcança 98%, o que contribui para a geração de empregos e tecnologia.

- Não exportamos muito, a Zona Franca não foi um modelo que nasceu para ser de exportação, mas de substituição de importações. Hoje nós podemos dizer que há um grande esforço da superintendência, do governo e das fábricas para ampliar as importações. Essa tendência vai aumentar, o tempo passa, as coisas mudam e temos que nos adaptar à realidade - afirmou.

Vanessa Grazziotin também defendeu o aperfeiçoamento de um processo de distribuição de renda e de valorização de mão de obra em todo o Brasil. A senadora disse ainda que a política do salário mínimo não atinge apenas quem ganha o beneficio, mas que ela atua um pouco como um "orientador" de uma política salarial mais ampla.

A senadora disse ainda que a Zona Franca de Manaus conta hoje com trabalhadores qualificados, a maioria com ensino médio e superior, distribuída em indústrias altamente mecanizadas e robotizadas, ao contrário de anos atrás.

- São homens operando máquinas que operam produção, e isso é muito importante - afirmou.

Ao final de seu discurso, a senadora observou que a Medida Provisória (MP) 517/10, em tramitação na Câmara, prevê ao mesmo tempo benefícios importantes para alguns setores da informática e "prejuízos imensuráveis" para as fábricas instaladas na Zona Franca de Manaus. A matéria ainda será apreciada pelo Senado.



10/02/2011

Agência Senado


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