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 A comissão deve divulgar o relatório sobre o envolvimento de 90 parlamentares no esquema na quinta (10). Os 87 deputados e três senadores foram acusados de elaborar emendas ao Orçamento da União para beneficiar a Planam, que vendia ambulâncias para municípios a preços superfaturados.

Luiz Antônio Vedoin já esteve em Brasília na semana passada. Na última quinta-feira (3), prestou depoimento de sete horas aos membros da CPI Mista na Superintendência da Polícia Federal em Brasília e, na sexta-feira (4), esteve reunido por seis horas com Amir Lando, no Senado. O empresário, que estava preso em Cuiabá, foi solto após prestar um longo depoimento à Polícia Federal naquele estado e se comprometer a colaborar com as investigações sobre o esquema de fraudes em troca do benefício da "delação premiada" - que permite a redução da pena do réu em troca de informações.

Reunião

Também nesta terça-feira, a partir das 10h, a CPI Mista realiza uma reunião administrativa para decidir os próximos passos a serem dados antes da divulgação do relatório. Cerca de 50 requerimentos deverão ser votados nessa reunião, alguns polêmicos, como os que solicitam a convocação dos ex-ministros da Saúde do atual governo, Saraiva Felipe e Humberto Costa, para prestar esclarecimentos sobre fatos que ocorreram no órgão durante a gestão deles. Depois de comprovar que o esquema de corrupção teve início no governo de Fernando Henrique Cardoso, alguns membros da CPI também defendem a convocação do ex-ministro da Saúde José Serra, que ocupou a pasta até 2002.

A CPI Mista foi instalada no dia 22 de junho com o objetivo de investigar denúncias de irregularidades no uso de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados. No depoimento que Vedoin prestou aos membros da CPI, ficou confirmado que a quadrilha não atuava apenas no Ministério da Saúde, mas também em outras pastas do Poder Executivo, e que os recursos não vinham somente do Orçamento da União, mas também de verbas extra-orçamentárias.

Os membros da CPI Mista já chegaram à conclusão de que haverá uma segunda fase de investigações para descobrir a participação do Poder Executivo na "máfia das ambulâncias". Mas a data de início dos trabalhos dessa segunda etapa deverá ser outro ponto polêmico discutido na reunião desta terça-feira. Alguns parlamentares defendem o início imediato das investigações, mas outros argumentam que não haverá como prosseguir os trabalhos antes do término das eleições marcadas para outubro, já que os membros da CPI estarão em campanha em seus estados.

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