Vendas no varejo fecham 2010 em 10,9%, maior acumulado desde 2001



O resultado da Pesquisa Mensal de Comércio divulgado nesta terça-feira (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que no comércio varejista do País, em dezembro, houve uma acomodação no volume de vendas e crescimento da receita nominal de vendas pelo décimo segundo mês consecutivo. A variação foi de 0,0% para o volume de vendas e de 1,0% para a receita nominal, na relação mês/mês anterior com ajuste sazonal.

Sem ajuste sazonal, as taxas para o volume de vendas foram de 10,1% sobre dezembro/09 e de 10,9% no acumulado do ano (o maior resultado da série iniciada em 2001). Já a receita nominal obteve taxas de 15,6% com relação a igual mês de 2009 e de 14,5% no ano.

Na série com ajuste sazonal, seis das oito atividades que compõem o varejo tiveram variações positivas: Tecidos vestuário e calçados (3,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (2,3%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,6%); Móveis e eletrodomésticos (1,4%); e Combustíveis e lubrificantes (1,1%). 

As variações negativas foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%).

Já na comparação com dezembro de 2009, todas as oito atividades tiveram aumento no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, se estabeleceram em 18,3% em Móveis e eletrodomésticos; 6,5% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 10,2% em Tecidos, vestuário e calçados; 8,0% para Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 13,9% em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 25,5% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 6,2% para Combustíveis e lubrificantes e 26,6% para Livros, jornais, revistas e papelaria, conforme a tabela 1, a seguir:


Aumento do poder de compra e expansão do crédito

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou expansão no volume de vendas em 2010 de 9,0% em relação ao ano anterior — resultado que levou o segmento a responder por 39,9% da taxa anual do varejo, o principal impacto no resultado anual do Comércio Varejista.

Este desempenho reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população decorrente do aumento da massa de salário da economia (obtida pela melhora da renda e do emprego) e da expansão do crédito, conforme revelado pelos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE e das Operações de Crédito do Sistema Financeiro registradas pelo Banco Central do Brasil, respectivamente.

Com aumento de 18,3% em relação ao ano anterior, a atividade de Móveis e eletrodomésticos exerceu o segundo maior impacto (27%) na taxa da taxa anual do varejo. Esse desempenho decorreu não só de fatores econômicos, como a recuperação do crédito e a manutenção do crescimento do emprego e do rendimento1, como também da estabilidade de preços, principalmente no que tange aos eletrodomésticos.


Volume de vendas do varejo ampliado acumula 12,2% ano

Para o comércio varejista ampliado — composto do varejo mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção — as variações observadas em relação ao mês de novembro/10, com ajustamento sazonal, foram de 2,3% para o volume e de 2,1% na receita nominal de vendas.

Já para os indicadores sem ajustamento, as variações ocorridas foram as seguintes: 14,8% na relação dez10/dez09 e 12,2% no acumulado do ano para o volume de vendas, e de 18,4% e 15,1% para a receita nominal, respectivamente.

Em relação à atividade de Veículos, motos, partes e peças, os resultados para o volume de vendas foram de 4,7% sobre o mês anterior, ajustado sazonalmente, e 25,6% na comparação dez10/dez09, e de 14,1% no acumulado do ano de 2010.

Quanto à receita nominal de vendas as variações foram: 5,6%; 24,9% e 15,0%, respectivamente. O incentivo governamental (redução do IPI) dado até março de 2010, o aumento da massa salarial e o crédito foram os principais fatores para o crescimento da atividade.

O segmento de Material de construção, para o volume de vendas, obteve variação de 3,2% na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal, e de 16,1% sobre dezembro de 2009 e taxa de 15,6% no acumulado do ano. 

Para a receita nominal de vendas os números apresentados foram: 3,5%, tendo como base o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal; 21,6% comparado com dezembro de 2009 e 20,6% acumulados no ano. 


Unidades da federação têm resultados positivos 

Segundo o IBGE, por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam, na comparação mês/mês anterior, 16 estados com variações positivas e 11 com queda. 

Os principais acréscimos ocorreram em Roraima (3,8%); Acre (3,7%) e Piauí (2,0%). Já as principais quedas foram no Amapá (-1,9%); Bahia (-1,4%); Alagoas (-1,3); Paraná (-1,3%).

Ainda no corte regional, todas as 27 Unidades da Federação obtiveram resultados positivos no volume de vendas na comparação dezembro 10/dezembro 09, com as variações de maior magnitude em Tocantins (71,5%); Rondônia (23,0%); Acre (20,1%); Paraíba (16,1%) e Maranhão (15,8%).

Quanto à participação na composição da taxa do Comércio varejista, os destaques, pela ordem, foram São Paulo (9,8%); Rio de Janeiro (11,7%); Minas Gerais (12,2%); Rio Grande do Sul (11,0%) e Santa Catarina (9,3%).

Veja mais detalhes sobre a Pesquisa Mensal de Comércio na página do IBGE.


Fonte:
IBGE



15/02/2011 12:29


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