Viabilidade ambiental das usinas do Rio Madeira ainda está em estudo, informa Fátima Cleide



Última a discursar em Plenário nesta segunda-feira (21), a senadora Fátima Cleide (PT-RO) disse que os estudos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre a viabilidade ambiental das obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira ainda estão em andamento. Ela negou que o ministério esteja dificultando o desenvolvimento do país. Para ela, a ministra Marina Silva está apenas cumprindo a legislação ambiental brasileira, "uma das mais avançadas do mundo".

A senadora respondia afirmação do senador Expedito Júnior (PR-RO) que, em discurso no Plenário, acusou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de atrasar as obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.

Na opinião da senadora, a sociedade brasileira está sendo "induzida a erro" pela imprensa, que classifica a questão das licenças ambientais como "uma batalha fantástica" entre o MMA e o Ministério de Minas e Energia (MME).

- Marina Silva está lá para garantir o pleno e fiel cumprimento das conquistas da sociedade no que se refere à proteção ambiental - defendeu a senadora.

Fátima Cleide explicou que a bacia do Rio Madeira corresponde a 23% da bacia amazônica, e que suas características naturais tornam complexa a análise da viabilidade ambiental das obras. Uma das dificuldades nos estudos, exemplificou, é a quantidade de mercúrio acumulado no rio, decorrente de décadas de exploração clandestina de ouro. Segundo a senadora, as obras poderiam revolver o mercúrio causando graves problemas de saúde pública para as milhares de pessoas que vivem às margens do Rio Madeira.

Outra questão, disse a senadora, é o estudo sobre a incidência de malária na região. Esse estudo, realizado pelo consórcio Furnas-Odebrecht, ainda não foi entregue ao governo federal. Ainda segundo Fátima Cleide, o Ibama informou que os estudos de impacto ambiental já realizados precisam ser complementados, pois não apresentam informações suficientes para avaliação da viabilidade ambiental das usinas.

- Obedecer à normatização prevista na legislação ambiental brasileira é o mínimo que o governo e a sociedade brasileira têm de assegurar à população de Rondônia que, mais uma vez, cede recursos ambientais para ajudar o país - concluiu.



21/05/2007

Agência Senado


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