Vice-presidente diz que BNDES só faz empréstimos no Brasil



Durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Armando Mariante Carvalho, afirmou, em resposta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que a informação que tem é que a hidrelétrica de San Francisco, construída no Equador pela empresa brasileira Odebrecht, hoje funciona normalmente. O Equador ameaça não pagar ao BNDES uma dívida de empréstimo contraído para a construção dessa hidrelétrica.

Já a Francisco Dornelles (PP-RJ), Carvalho explicou que os recursos do BNDES são liberados em Reais, no Brasil, para empresas brasileiras, que por sua vez repassam quando necessário o dinheiro a empresas estrangeiras.

- Não há remessa de recursos ao exterior - garantiu.

Ao senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Armando Mariante Carvalho explicou que o banco liberou recursos para apenas um país africano, Angola, no valor de US$ 575 milhões. Sobre a crise com o Equador, o vice-presidente do BNDES afirmou que o que está em risco é o Convênio de Crédito Recíproco (CCR). Segundo Carvalho, o Equador não pode escolher ficar inadimplente com o Brasil e sim com os 12 países da Associação Latino-americana de Integração (Aladi) que participam do convênio.

Para o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), Armando Carvalho disse que o BNDES se considera um órgão de Estado, com uma diretoria que se julga soberana e que "aprendeu a se comportar de forma imune a pressões dos mais variados tipos".

- As relações do presidente Lula com o BNDES têm sido das mais respeitosas possíveis. Não fosse assim, eu hoje não estaria aqui respondendo sua pergunta, porque sou funcionário de carreira, ingressei no banco em 1972. O BNDES não recebe orientações do tipo: temos que financiar fulano ou sicrano, país A ou país B - garantiu Armando Carvalho.

Após essas respostas, o presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), encerrou a reunião da comissão.



09/12/2008

Agência Senado


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