Vicentinho Alves diz que Código Florestal deve levar em conta indígenas e quilombolas




O senador Vicentinho Alves (PR-TO) manifestou nesta quinta-feira (3) sua preocupação com a priorização do agronegócio e a ausência da questão indígena nas discussões sobre o novo Código Florestal. Ele ressaltou que os povos indígenas dependem das nascentes, das matas ciliares e de um cinturão verde nas suas reservas. O senador disse que, ao sobrevoar o Pará e o Mato Grosso, o que se vê preservado das florestas são basicamente as áreas indígenas.

- Nós também temos que ter o cuidado com relação aos nossos quilombolas, que lá nasceram. Nós temos que ouvi-los no debate do Código Florestal, porque também dependem das suas nascentes, dos seus córregos, dos seus rios e das matas ciliares. Os roçados dos povos indígenas e dos quilombolas são completamente diferentes da atividade do agronegócio. Então não podemos tratar esses segmentos de forma igual - alertou.

Vicentinho Alves também anunciou a abertura, no próximo sábado (5), dos Jogos dos Povos Indígenas, na cidade de Porto Nacional, no estado de Tocantins. O senador informou que participarão do evento mais de 1.400 índios do Brasil e de países da América do Sul e da América Central. Os jogos têm a duração de uma semana. O evento contará com a presença do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo; de Direitos Humanos, Maria do Rosário; e da Igualdade Racial, Luiza Bairros, além de representantes dos Ministérios da Cultura, da Saúde e da Justiça.

O parlamentar lamentou a ausência, no evento, do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele lembrou que, desde 19 de abril, vem falando no Senado sobre a dificuldade de relacionamento do presidente da Funai com os povos indígenas. Para o senador, é inadmissível que o presidente de uma instituição tenha que estar cercado pela Força Nacional para administrá-la.

- Ele tinha que ser cercado pelos povos indígenas, alegres e felizes. Então, algum problema de relacionamento está havendo - disse.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse, em aparte, que seria importante convidar o presidente da Funai para tratar desses assuntos em alguma comissão da Casa. Vicentinho esclareceu que o presidente da entidade não é "muito afeito" a convites e que, na Câmara dos Deputados, foi preciso transformar o convite em convocação para que ele comparecesse.



03/11/2011

Agência Senado


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