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Durante o painel, Vilma relembrou toda a trajetória percorrida por Guimarães desde os tempos em que ele exercia a Medicina no interior de Minas Gerais até a bem-sucedida carreira como diplomata e escritor. Em seu relato, Vilma destacou a figura paterna do escritor:

- Ele sempre me estimulou a escrever, a contar histórias, mas nunca fez nenhuma pressão para que eu me tornasse uma escritora - disse Vilma, que também ressaltou a imensa criatividade do autor. Segundo ela, Guimarães escreveu Grande Sertão: Veredas em Paris, baseando-se nos relatos do pai, Florduardo Pinto Rosa, para descrever as particularidades do sertão.

A professora Elizabeth Hazim analisou o processo de criação de Grande Sertão: Veredas, mostrando as diferenças entre os primeiros manuscritos e a versão final, inclusive palavras que o autor deixava em branco para se assegurar de que escolheria as que se adequassem melhor ao contexto do sertão.

Alexei Bueno destacou o "expressionismo lingüístico", a reinvenção da língua portuguesa comandada por Guimarães Rosa. Bueno afirmou que o escritor mineiro faz parte de uma "trilogia épica" da língua portuguesa, representadas por Os Lusíadas, de Camões, Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas.

O debate foi acompanhado por estudantes do Setor Leste, escola de ensino médio de Brasília, que receberam dicas dos palestrantes sobre como iniciar a leitura da obra de Guimarães Rosa.

Relembramentos

Ao final do dia, no Interlegis, foi lançada a nova edição do livro Relembramentos, de Vilma Guimarães Rosa. Editada pela Nova Fronteira, a primeira edição da obra foi publicada em 1983 e a segunda, em 1999. A terceira e presente edição, revista e ampliada, saiu em 2008, em comemoração ao centenário de nascimento do escritor.

O livro está dividido em três partes. A primeira contém entrevistas e depoimentos da autora sobre o pai. A segunda parte da obra reúne cartas e evocações. Na terceira parte, encontram-se diversos discursos de João Guimarães Rosa, incluindo o célebre O verbo & o logos, proferido em sua posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1967. A edição recebeu o prêmio Joaquim Nabuco, da ABL e o Prêmio Ensaio Biográfico do PEN Clube do Brasil.

Da Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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