Virgílio em resposta a Aldo Rebelo: governo deve parar de "cassar direitos"
Em resposta a declarações do ministro da Coordenação Política e Assuntos Institucionais, Aldo Rebelo, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse nesta segunda-feira (12) que é preciso que o governo "pare de tentar cassar direitos e passe a governar". O ministro Aldo Rebelo, no jornal O Globo de domingo (11), rebateu críticas feitas pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso ao atual governo.
- O ministro Aldo Rebelo deu opções muito pobres ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: ou assume o papel de estadista ou o de líder da oposição. Não sei se o silêncio transforma alguém em estadista. Afinal, o ex-presidente pode ou não pode falar? Ou só pode falar se for para elogiar o governo Lula? Quando fala em favor do governo é estadista, quando critica não é mais? Dessa maneira, o ministro diz que não são estadistas o presidente José Sarney e o ex-presidente Itamar Franco - assinalou.
Virgílio disse que o ex-presidente não aceitará uma cassação dos seus direitos políticos pela segunda vez, pois sempre falou o que pensava, mesmo durante a ditadura, que lhe cassou os direitos políticos.
- Não vi nenhum partido se eximir de uma crítica por medo de não crescer eleitoralmente. Ao contrário, o PT falava em "Fora FHC", mesmo levando duas surras eleitorais - afirmou.
Em relação às comparações entre a situação econômica no governo anterior e no atual, o senador lembrou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que foi a sua biografia que causou o tumulto verificado no mercado financeiro. "É o presidente Lula quem desmente", frisou. Virgílio assinalou que o governo Lula provocou uma recessão econômica e produziu um crescimento negativo de 0,2%, apesar das condições internacionais estarem favoráveis, o que não aconteceu no governo anterior.
Para Virgílio, a sindicância feita por Rebelo para apurar a atuação do ex-assessor Waldomiro Diniz tinha como único objetivo produzir um documento, "montar um script", para ver se todos esqueciam o assunto. Segundo o senador, na pressa de montar o documento, não deram a Waldomiro sequer o direito de defesa e não ouviram o seu chefe, o ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele ainda lembrou que, entre 1999 e 2002, foram instaladas 22 Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) apenas na Câmara dos Deputados.
- Estamos diante de um governo que não se limita a engavetar os pedidos de CPI. Ele quer acabar com esse instrumento de investigação e negar o direito das minorias, algo que não se tentou nem na ditadura militar. Este governo quer convencer a opinião pública de que não deve ter CPI nenhuma, nem para investigar o governo passado. Só vai querer CPI quando for para investigar o xixi nas piscinas da água mineral - afirmou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), em aparte, disse que o assunto Waldomiro Diniz não está encerrado, "como quer o ministro José Dirceu". Para ele, o mais grave nesse caso é a afronta à Constituição que está sendo patrocinada pelo governo Lula. "Esperamos que o Supremo Tribunal Federal recoloque o país nos trilhos da democracia", disse.
12/04/2004
Agência Senado
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