Visitantes do Cientec embarcam em nave virtual e conhecem segredos do universo



Simulação de vôo inovador entre planetas e estrelas é uma oportunidade para aprender conceitos científicos de forma lúdica e divertida

Uma nave que leva até 22 pessoas pelo espaço, em missão de resgate, a uma civilização ameaçada. A proposta da Nave Mário Schenberg, inaugurada recentemente no Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec), é ensinar ciência de forma lúdica e divertida, principalmente a alunos do ensino fundamental.

Trata-se de um jogo de realidade virtual que promove, por meio da imersão e interatividade, a aprendizagem com a resolução de problemas propostos. Seus resultados determinarão o sucesso da missão, que se resume ao salvamento dos habitantes de um planeta fictício, nomeado Tectractys, ameaçado pela explosão do seu sol.

A iniciativa é uma parceria do Cientec, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP), com o Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP, com o apoio de seu braço tecnológico, o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC).

Na aventura, o Universo é projetado em três dimensões e a nave passa virtualmente por planetas como Marte e Júpiter, além de enfrentar obstáculos como uma chuva de asteróides. Divididos em grupos que se responsabilizam por tarefas como o comando da nave, a geração de energia e a escolha do trajeto, os alunos aprendem conceitos de disciplinas de Física, Matemática, Engenharia e Astronomia.Tecnologia brasileira – “Um dos destaques do projeto é que todo o trabalho – desde a sua concepção até a criação dos softwares e a instalação dos equipamentos –, foi desenvolvido com tecnologia nacional por uma equipe totalmente multidisciplinar”, informa a gerente de pesquisa e desenvolvimento do projeto da nave, Irene Karaguilla Ficheman.

“Para a projeção dos conteúdos nos telões, utilizamos um banco de dados com informações e modelos em 3D dos planetas. Além disso, criamos na USP todo o roteiro de estudo, a cenografia, os efeitos sonoros e os personagens virtuais que se comunicam com os tripulantes”, explica Irene, que também é pesquisadora do Núcleo de Aprendizagem, Trabalho e Entretenimento (Nate) do LSI. O projeto levou dois anos para ser concluído.

Os visitantes têm acesso a uma sala de projeção que simula a cabine de controle da nave. No local, um telão permite visualizar o espaço durante todo o trajeto e vários botões possibilitam o comando da navegação, incluindo o controle da quantidade de combustível e da velocidade da nave.Efeitos especiais – A decolagem no início da aventura (que no total dura cerca de 35 minutos) é mostrada em um telão no qual aparecem detalhes da cidade de São Paulo, que vão desaparecendo aos poucos até a chegada da nave ao espaço. “Os alunos ficam muito entusiasmados e envolvidos com a proposta, extremamente inovadora. A aventura tem até efeitos de fumaça e contagem regressiva”, revela Irene. “O grande objetivo pedagógico do projeto é despertar a curiosidade e o interesse dos alunos para temas como a influência da força da gravidade na trajetória de uma nave, levando em conta que em pouco mais de meia hora não é possível aprofundar esse tipo de assunto”, esclarece a gerente.

A nave foi projetada e construída por profissionais de engenharia eletrônica, programação, design, música e artes plásticas. O projeto teve apoio financeiro da própria USP, da Vitae, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os coordenadores gerais são os professores Marcelo Knörich Zuffo e Roseli de Deus Lopes, ambos do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli, e Marta Silvia Maria Mantovani, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.

Serviço

Parque de Ciência e Tecnologia da USP

Avenida Miguel Stéfano, 4.200 – Água Funda – SP

Entrada na Nave Mário Schenberg é franca, sendo necessário agendamento prévio.

Outras informações, pelo telefone (11) 5077-6312 ou no site Voluntários da Copa conhecem as cidades-sedes com auxílio de ferramenta virtual

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