Vital do Rêgo pede medidas urgentes contra avanço do crack



Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (30), o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) falou do avanço do crack no Brasil, que tratou como tema de saúde e de segurança pública, e classificou como uma “tragédia”que precisa ser combatida pelo poder público e a sociedade.

O senador relembrou o caso de Isaac Boschini, de 28 anos, que no início do mês foi espancado até a morte depois de reclamar do tráfico e consumo de drogas no Guará, região administrativa do Distrito Federal.

- Mais uma vida inocente, mais um futuro interrompido, mais uma família dilacerada. É muito estreita a relação entre drogas e violência – alertou.

Vital do Rêgo, que também é médico, ressaltou que é a combinação do baixo custo com o efeito intenso do crack que faz a droga popular e perigosa. Ele explicou que a droga "é absorvida quase que instantaneamente pelos pulmões, começa a agir em poucos segundos e a euforia termina rápido”, o que leva o usuário a consumir mais.

- Não é raro que um usuário avançado de crack consuma mais de R$ 1.000 de droga em só uma noite – afirmou.

O senador alertou para o alto potencial de endividamento do dependente que, em pouco tempo, se desfaz dos próprios bens para manter o vício e pode também optar pelo furto, o roubo e o latrocínio.

Vital do Rêgo asinalou o fato de que o tráfico do crack não se restringe mais às áreas periféricas das zonas urbanas, estando o uso disseminado em todas as classes sociais. Pesquisas citadas pelo senador indicam que o Brasil já é o principal mercado mundial de crack. No ano passado mais de um milhão de brasileiros consumiram a droga.

Além disso, acrescentou o senador, o crack está presente em cerca de 98% dos municípios brasileiros. Segundo relatório da ONU, citado por ele, o Brasil é mercado em expansão para a cocaína e seus derivados, e também a principal rota de droga usada pelos traficantes, cercado pelos maiores produtores mundiais, entre eles a Bolívia, na fronteira com o estado do Acre.

O crack, que surgiu nos Estados Unidos há 30 anos, precisa ser combatida, segundo o parlamentar, com um programa nacional de controle, com campanhas de prevenção, plano emergencial de atendimento ambulatorial e de internação de usuários compulsivos, isso tudo aliado a ações policiais repressivas qualificadas para reduzir a violência associada ao tráfico.

Vital do Rêgo lamentou que o programa do governo federal voltado para o controle do crack não tenha alcançado “os efeitos e os resultados necessários que a urgência requer”.

- O crack exige do poder público e da sociedade em geral uma abordagem distinta, diferenciada da que é dedicada às outras drogas. O potencial de dano social do crack não tem paralelo com as demais substâncias ilícitas – alertou.



30/04/2013

Agência Senado


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