Votação da CLT é adiada de novo. Fica para quarta





Votação da CLT é adiada de novo. Fica para quarta
Confusão e empurra-empurra marcaram a discussão no plenário. Segurança impediu até deputado de entrar na Casa

Manifestações e pressão do PMDB transferiram a votação do projeto que muda a lei trabalhista. Em Porto Alegre, cerca de 100 pessoas participaram de protesto na DRT.

Mais uma vez, foi adiada a votação das mudanças na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) na Câmara dos Deputados, em Brasília. Desde que Aécio Neves (PS DB-MG) assumiu a presidência da Câmara em fevereiro, nenhuma votação havia movimentado tanto a Casa. Sindicalistas ocuparam ontem as principais entradas da Câmara, protestando contra a votação do projeto.

Em Porto Alegre, a CUT (Central única dos Trabalhadores) realizou um protesto em frente à DRT (Delegacia Regional do Trabalho). Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação. Elas bloquearam a entrada do prédio das llh às 11h40min. Em função dos protestos, e da pressão do PMDB para que a votação fosse adiada, a mesa decidiu que a discussão recomeçará na terça-feira e a votação deverá acontecer no dia seguinte.

Em Brasília, a segurança montou um esquema especial com diversas barreiras fora e dentro da Câmara.


Olívio: “ manobra do populismo não abala o governo”
Durante ato promovido por intelectuais gaúchos, Olívio citou a estratégia nacional contra governos democráticos

Mais de cem artistas, escritores e tradicionalistas realizaram um ato de apoio ao governo, sob o argumento de que a CPI não trabalhou com a verdade.

O governador Olívio Dutra não pretende reverter o projeto político, após as críticas feitas por integrantes da CPI da Segurança. O que ele chamou de "não afrouxar o garrão" foi reafirmado ontem diante de mais de cem intelectuais, que foram ao Palácio Piratini dar apoio ao governo da Frente Popular.

Olívio Dutra disse que uma manifestação de pessoas que só trabalham com a verdade só aumenta a responsabilidade diante do povo gaúcho. "Esta é a resposta serena diante de uma CPI que extrapolou seus limites", disse ele, ao acrescentar que aguarda um "retorno à razão" dos parlamentares envolvidos.

O governador acrescentou ainda que a "manobra da direita conservadora e do populismo" não deverá abalar o Executivo porque faz parte de um movimento nacional. "Promovido por quem acha que o Estado é uma extensão dos negócios particulares", acrescentou. Ele indicou o
pioneirismo do Rio Grande, que devolveu as Estado seu caráter de apropriação pública.


Relatório será votado no final de novembro pela Assembléia.
O Diário da Assembléia divulgou ontem a primeira publicação do projeto de resolução e o relatório da CPI da Segurança. O documento foi publicado na íntegra, com exceção de três parágrafos da página 91, que não foram lidos pelo relator Vieira da Cunha, na última sessão da CPI, dia 14 de novembro.

No entendimento da Procuradoria da Assembléia, só devem ser considerados como válidas as partes lidas.
Outras quatro publicações devem ocorrer a partir de hoje, conforme determina o Regimento Interno, coincidindo com a realização de sessão ordinária do Plenário da Assembléia. Depois disso, ele estará apto a ser votado pelos deputados. A votação deverá ocorrer no dia 29.

COMISSÃO - A Comissão de Constituição e justiça da Assembléia Legislativa deverá analisar, no dia 4 de dezembro, o trecho do relatório da CPI da Segurança Pública, em que sugere crime de responsabilidade, no qual o governador do Estado, Olívio Dutra, está incluso.

Presidente: João Luiz Vargas (PDT) 1 Vice -Presidente:Vieira da Cunha (PDT); Deputados Titulares:Bernardo de Souza (PPS); Elvino Bohn Gass (PT):Germano Bonow (PFL);Vilson Covatti (PPB);Luis Augusto Lara (PTB); Manoel Maria (PTB);Paulo Odone (PPS);
Ivar Pavan (PT); José Ivo Sartori (PMDB); Valdir Andres (PPB).


Diógenes saiu do PT? Ele nega desfiliação.
O vice-presidente estadual do PT, Paulo Ferreira, disse ontem que "se Diógenes de Oliveira afirmar que não pediu para sair do partido, será chamado a depor na Comissão de Ética sobre os atos praticados envolvendo o PT e o governador Olívio Dutra".

Ferreira contou que o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, antes de ser ouvido pela Comissão de Ética partidária, entregou um pedido de afastamento temporário ao PT. "Explicamos que não existe essa possibilidade e encaminhamos sua desfiliação. Não existe meio termo" garantiu .

Diógenes de Oliveira disse ontem que não solicitou sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores, somente está afastado da vida partidária. "De minha parte não houve desligamento com o partido, apenas um afastamento temporário", afirmou.

O presidente do Clube de Seguros da Cidadania disse ainda que "considera a CPI um processo conspiratório para decretar o impedimento do atual governo". Negou que tivesse arrecadado dinheiro para o Partido dos Trabalhadores: 'Apenas recolhi recursos em 1998, para a compra do prédio cedido ao PT".
Sobre sua relação com Olívio Dutra, garantiu: " Fica hoje o que era antes, uma relação de correligionário e eleitor".


Itamar quer revanche. Simon catimba o jogo
Grupo governista do PMDB já está em campanha para o lançamento de Michel Temer, que jurou não ser candidato

O senador Pedro Simon disse ontem que a conclusão da Executiva Nacional do PMDB de limitar o qu6rum para a escolha do candidato à Presidência da República a menos de 4000 pessoas "é apenas uma proposta indicativa e não uma decisão".

Em Belo Horizonte, o governador Itamar Franco, ainda irritado com a derrota na reunião da Executiva Nacional de terça-feira, prometeu revanche. "Eles moveram uma peça do xadrez. O próximo lance é meu", disse ele aos jornalistas que o aguardavam no aeroporto.

Simon também defende uma ampla participação dos filiados na prévia que escolherá o candidato à Presidência da República, em janeiro. O senador disse em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, que " não tem explicação os vereadores não terrem entrado.

É uma exclusão absurda e irresponsável." Simon afirmou que essa decisão será alterada na reunião do conselho político do PMDB. Reafirmou que não está preocupado com o colégio eleitoral: "Quem ganha em 6 mil ganha em 70 mil". O senador explicou que a reunião da Executiva Nacional não tem poder decisório: " Ela fez uma proposta que não tem peso nenhum".

TEMER - Em vez de discutir a convocação do conselho político, a cúpula do PMDB está articulando com lideranças regionais em todo o Brasil o lançamento da pré-candidatura do presidente do partido, deputado Michel Temer, à Presidência da República.


Ciro escapa da armadilha.
O ex-presidente do Banespa Carlos Augusto Maimberg frustrou ontem as expectativas dos parlamentares que integram a CPI do banco ao tentar envolver o ex-ministro Ciro Gomes, pré-didato do PPS à Presidência da República, em irregularidades na liquidação do banco.

Em Brasília, circulavam rumores de que o presidenciável viraria alvo na CPI do Banespa. A acusação seria de que Ciro teria participado da quebra do banco.
No depoimento, o banqueiro Carlos Augusto Maimberg mostrou um vídeo que supostamente comprometeria Ciro. Na verdade, se tratava de uma entrevista de Ciro ao programa Roda Viva, da Rede Cultura de São Paulo, em setembro de 1995.

Durante a entrevistam ele declarou que, quando assumiu o Ministério da Fazenda, determinou a intervenção no Banespa e se admirou que ela nunca foi cumprida.


Editorial

Pelas próprias mãos

Poderia ser mais uma das tantas ocorrências policiais que, por tã o freqüentes, já quase não nos sensibilizam mais. Em Caxias do Sul, na noite de domingo, um comerciante de 53 anos foi abordado por ladrões, ao chegar em casa.

Nervoso, com a filha a seu lado, ele se recusou a entregar o carro antes que a garota e uma amiga entrassem na residência. Ao abrir a porta, levou uma coronhada dos criminosos, que fugiram em alta velocidade com o veículo. A cena foi presenciada por um vizinho da vítima, um empresário de 44 anos. Ao ver o amigo caído, com o rosto ensangüentado, ele ficou indignado. E tal qual nossos ancestrais, decidiu se não fazer justiça, pelo menos reagir com as próprias mãos.

Bom atirador, buscou ajuda de dois familiares e partiu para buscar os criminosos num desmanche que ele localizara, há algum tempo, num distrito próximo.
Armados com três revólveres calibre 38, duas espingardas calibre 12 e mais de 200 balas, os três homens chegaram atirando ao refúgio dos ladrões. O carro roubado estava lá, intacto. Foi recuperado e devolvido ao dono.

A reflexão que surge com este episódio é que cidadãos comuns estão se obrigando a fazer um trabalho que deveria ser da polícia. Aliás, o delegado de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas de Caxias do Sul afirmou desconhecer o local do desmanche.

O papel da polícia, de garantir a tranqüilidade da população, é - ou deveria ser - uma garantia dos cidadãos. O contribuinte paga 17% de ICMS ao Estado, através dos produtos que consome, para, entre outros retornos, ter segurança. É inadmissível que, como aconteceu em Caxias, as pessoas se sintam tão desprotegidas que arrisquem a própria vida para barrar a criminalidade.


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11/22/2001


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