Weffort diz que cinema brasileiro vai entrar numa nova fase com o Gedic



O ministro da Cultura, Francisco Weffort, disse à Subcomissão Permanente de Cinema, Comunicação Social e Informática que o cinema brasileiro se prepara para entrar em uma nova fase, a da escala industrial. Mas para que isso ocorra, observou, é necessário uma nova política para o cinema, incluindo o fortalecimento de empresas cinematográficas.

O primeiro passo, disse Weffort, foi dado com a criação do Grupo Executivo de Desenvolvimento da Indústria do Cinema (Gedic), em fase de implantação pelo governo federal. Segundo ele, o órgão poderá ser a alavanca para que o cinema nacional possa produzir mais filmes e ter lucros. Ele pediu a união de todos os setores do cinema - produtores, artistas, executivos e distribuidores - no sentido de apoiar essa nova fase.

Francisco Weffort, que é membro do Gedic, lembrou que o governo vem contribuindo para o fortalecimento do cinema nacional com medidas legais que permitem incentivos fiscais para quem investe no setor. O ministro ressaltou, no entanto, que o cinema tem que buscar no mercado novos investimentos. Ele garantiu que o país tem capacidade técnica, cultural e artística para criar o que chamou de conteúdos de uma indústria cinematográfica forte. O ministro reconheceu, no entanto, que o cinema nacional ainda é marginal no mercado brasileiro e, por isso, defendeu o Gedic.

Divulgação

O produtor Luiz Carlos Barreto, que também participou da audiência pública, falou sobre a necessidade de duplicação das salas de exibição em todo o país. Ele também defendeu uma ampla negociação com as redes de televisão, no sentido de que passem a apoiar o cinema, exibindo e divulgando os filmes nacionais e a cultura brasileira.

Luiz Carlos Barreto, que também é membro do Gedic, entende ainda que o cinema nacional deve ser mostrado em vídeos e DVDs e ser divulgado na Internet. Essas, segundo ele, são algumas das saídas para que o cinema entre numa nova fase de crescimento.

O distribuidor de cinema Rodrigo Saturnino Braga é de opinião que o país não pode ter uma indústria cinematográfica forte, sem um mercado forte. Ele entende que devem ser construídas novas salas de exibição - hoje em torno de mil - para atender as classes B, C e D, principalmente em pequenas e médias cidades, como forma de se resgatar o público do cinema brasileiro. E disse que a indústria teria que produzir cerca de 80 filmes por ano, voltados para "o povão".

Política

O senador Francelino Pereira (PFL-MG) mostrou-se preocupado com o futuro do cinema brasileiro e voltou a pregar uma política clara para o setor. Ele apontou falhas em vários setores, entre os quais distribuição e informação. O senador José Fogaça (PMDB-RS) pediu a criação de um agência de fomento para o setor cinematográfico.

O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) pediu ao ministro Weffort a construção de salas populares de exibição de filmes, enquanto o senador Ricardo Santos (PSDB-ES) pregou o ingresso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Gedic.

Weffort lembrou que o Gedic nasceu na subcomissão que, há mais de um ano, vem debatendo a realidade do cinema brasileiro, e concordou com a entrada do BNDES no grupo, conforme proposta apresentada pelo senador Ricardo Santos.

07/06/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Álvaro Dias: CPI contribuirá para nova fase do futebol brasileiro

Francelino: cinema brasileiro entra em nova era

COP 17: Negociações em Durban "entram numa fase decisiva", diz o negociador-chefe do Brasil

Segunda fase do Vá ao Cinema chega a mais 15 cidades

DEM poderá entrar com nova representação contra Renan

Estradas: Duplicação da SP-225 entra em nova fase