Francelino: cinema brasileiro entra em nova era



A sanção da lei nº 10.454 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, realizada em solenidade especial no Palácio da Alvorada, no último dia 13, vai dar início a uma nova era do cinema brasileiro. Foi o que disse em Plenário, nesta sexta-feira (17), o senador Francelino Pereira (PFL-MG), que lembrou que a lei resultou de uma idéia surgida no Senado.

Para Francelino, "o povo do cinema" conquistou, com a nova lei que regulamenta o mercado audiovisual, uma grande e importante vitória, que vem somar-se à criação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), idéia que também surgiu na Subcomissão de Cinema, ligada à Comissão de Educação e da qual o senador foi relator.

Segundo estimativas feitas pela Ancine, presidida pelo cineasta Gustavo Dahl, a nova Contribuição para o Desenvolvimento do Cinema (Condecine), que será a fonte de recursos para estimular a produção de filmes nacionais, vai propiciar, de imediato, algo em torno de R$ 40 milhões anuais, que serão acrescidos de cerca de mais R$ 20 milhões que deverão ser investidos pelos canais de TV a cabo, na forma de incentivo fiscal criado pela nova lei.

Em seu discurso, Francelino lembrou que o governo federal já investiu no cinema nacional, de 1995 até hoje, aproximadamente R$ 500 milhões. Em razão desses investimentos, o cinema nacional passou a viver uma nova fase.

O senador destacou a importância de novas leis que "facilitem o casamento entre a TV aberta com o cinema nacional", como também a regulamentação dos fundos privados de investimentos em cinema, os chamados Funcines, que já está sendo providenciada pela Ancine.

O senador falou, também, sobre a importância da abertura de salas de cinema nos shoppings para o desenvolvimento da indústria cinematográfica, mas ressaltou que é preciso que sejam abertas salas mais acessíveis à população mais pobre, que não tem como ir até os shoppings , em geral situados em locais distantes, de fácil acesso somente para quem tem automóvel.

Em aparte a Francelino, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a força comercial do cinema norte-americano criou dificuldades não só para o cinema brasileiro, mas para o cinema de praticamente todos os países, como a Itália, a França e a Inglaterra, que tiveram, inclusive, de criar legislação com a obrigatoriedade de uma exibição mínima de filmes nacionais.

Simon parabenizou Francelino pelo trabalho na Subcomissão de Cinema e disse acreditar que o cinema brasileiro, a partir de agora, vai mesmo viver uma nova fase de desenvolvimento. Para Francelino, as decisões já adotadas pelo governo, até agora, marcam o início de "um novo cinema novo no Brasil."



17/05/2002

Agência Senado


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