Wellington quer prioridade para projeto que muda leis de combate às drogas



O senador Wellington Dias (PT-PI) apontou, nesta segunda-feira (27), a necessidade de os senadores tratarem com prioridade a proposta que altera a política sobre drogas. O Projeto de Lei 7663/2010, aprovado na Câmara dos Deputados na última quinta-feira (23), prevê, entre outros pontos, a internação involuntária de usuários de drogas e o aumento da pena mínima para traficantes.

O senador destacou alguns pontos principais que constituem o eixo da proposta, entre eles a existência de unidades especializadas em desintoxicação em algumas cidades, o incentivo aos pesquisadores da área e a as parcerias com unidades públicas e privadas para o acolhimento e ressocialização do usuário.

– O paciente desintoxicado que retorna ao seu habitat natural, certamente vai novamente ser intoxicado. Daí a necessidade do tratamento numa unidade de acolhimento. São as chamadas comunidades terapêuticas, grupos de autoajuda, o AA que, na verdade, reorganizam essa pessoa para que não tenha a reincidência. Esse é o objetivo principal – disse.

Wellington Dias ressaltou que o Brasil é um país de aproximadamente 200 milhões de habitantes em que cerca de dois milhões têm dependência por alguma droga. Ele explicou que, apesar de o crack se espalhar cada vez mais pelos municípios brasileiros, o álcool ainda é, numericamente, o principal problema de dependência química no Brasil.

– O grave problema do álcool é exatamente o fato de que ele é a porta de entrada para outras drogas: o crack, a cocaína, a maconha, mesmo a cola são drogas que normalmente chegam após o álcool – explicou.

Wellington destacou ainda a necessidade de o governo brasileiro ter uma política preventiva antidrogas. O senador criticou as propagandas de bebidas alcoólicas e afirmou que não é razoável o país considerar normal a propaganda de uma droga.

– As pessoas têm o livre arbítrio. Há o livre direito de quem quer tomar a cerveja, o vinho, a cachaça, enfim. Mas não pode ser por causa de uma propaganda, ou por uma indução em canal aberto, da forma escancarada como é feita no Brasil – disse.

Em aparte, os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Eduardo Braga (PMDB-AM) se manifestaram favoráveis ao debate sobre as propagandas de bebidas alcoólicas. Braga concordou que, assim como o Congresso teve de debater a publicidade e a forma como se fazia o marketing em torno do cigarro, os parlamentares precisam debater a propaganda de bebidas.



27/05/2013

Agência Senado


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