Zambiasi diz que relações com a China superam em muito as exportação de soja



Em discurso em que fez um balanço da recente viagem realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) ressaltou que resumir o interesse no aprofundamento das relações Brasil-China à questão da soja ou à exportação de commodities seria de um simplismo incompatível com a importância que o maior país asiático tem para o Brasil. A afirmação foi feita a propósito da suspensão temporária da compra da  soja brasileira pelos chineses, que alegaram haver encontrado lotes contaminados por fungicida. Um sinal claro do verdadeiro alcance dessa viagem pode ser traduzido, conforme Zambiasi, pelo tratamento que os maiores jornais do mundo dispensaram à visita do presidente brasileiro à Pequim. Ele destacou, por exemplo, a cobertura do Finalcial Times, que se refere à ligação entre os dois países como “a conexão dos maiores mercados emergentes dos hemisférios ocidental e oriental”.  No entanto, ele destacou que, apesar de a China haver se tornado o terceiro parceiro comercial mais importante para o Brasil (atrás dos Estados Unidos e da Argentina), as exportações brasileiras de 2003 para aquele mercado representam apenas 1% do total das importações chinesas. Zambiasi disse concordar com o presidente Lula quando ele considerou que os Estados Unidos e a União Européia já respondem por pouco mais de um quarto das exportações brasileiras e, portanto, “o espaço para crescimento é menor“. - Com a China a história é outra. Uma visita presidencial bem focalizada e bem conduzida foi capaz de render mais de 15 acordos operacionais e novas joit venturs, em valor estimado em US$ 4 bilhões – afirmou ele. Outro aspecto que não deve ser relegado nas relações entre os dois países, entende o senador, é o papel que a China desempenha no campo político, pois a República Popular da China é, hoje, um contraponto fundamental ao unilateralismo nas relações internacionais. Para Zambiasi, relações sino-brasileiras bem consolidadas são uma das garantias para a prevalência de um mundo multipolar, multilateral, "onde o primado da Organização das Nações Unidas (ONU) e a defesa  da Organização Mundial do Comércio (OMC) prevaleçam sobre a ótica míope do pensamento único".

12/07/2004

Agência Senado


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