Zambiasi diz que vai votar a favor do mínimo de R$ 260



O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) manifestou-se favorável ao salário mínimo de R$ 260, proposto pelo governo, por entender que a atual conjuntura da economia do país não suportaria valor melhor. Para ele, se o governo pudesse conceder reajuste maior, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria tomado a iniciativa de apresentar a proposta.

Como alternativa para melhorar a vida do trabalhador, Zambiasi propôs transformar o país num canteiro de obras, com investimentos maciços em saneamento básico, casas populares e estradas. A dinamização da economia, com mais trabalhadores com carteira assinada, abriria caminho para um salário mínimo maior até do que os R$ 275 propostos pela oposição, podendo chegar ao atual valor do mínimo no Rio Grande do Sul, entre R$ 338 e R$ 368, disse.

Zambiasi lembrou que seis em cada dez trabalhadores no Brasil estão na informalidade, não contribuindo para a Previdência Social. Milhares de meninas são exploradas em casas de família como domésticas, sem direito a nada. Mas o que mais prejudica o trabalho legal no país são o contrabando e a pirataria, que empregam muitos milhares de camelôs em condições de trabalho iguais à escravatura, apontou o senador.

Segundo o senador, a capital da América do Sul dos bandos envolvidos com pirataria e contrabando é a tríplice fronteira, um pedaço de terra no oeste do Paraná, onde Brasil, Argentina e Paraguai formam uma espécie de quartel-general habitado por várias máfias.

Zambiasi citou o livro País Bandido, do jornalista Carlos Wagner, segundo o qual 70% da maconha, 60% da cocaína e 55% das armas nas mãos dos traficantes transitam pela tríplice fronteira. A leitura do livro permite concluir que os problemas da Rocinha são a conseqüência, pois a causa está instalada ali, naquele pedaço de terra esquecido entre os três países, disse.

O senador também destacou que o esquema de produtos contrabandeados que abastecem os camelôs tem sede na tríplice fronteira. As operações de contrabando na região são de tal vulto que, conforme a Interpol, o comércio de produtos piratas, como cigarros, CDs, peças de avião e veículos, medicamentos, roupas e filmes gerou, em 2000, cerca de US$ 450 bilhões. -E pior, parte desse lucro estaria sendo utilizado para financiar grupos terroristas internacionais-, ressaltou Zambiasi, citando a Interpol.



17/06/2004

Agência Senado


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