Zambiasi elogia relatório com diagnóstico sobre educação infantil
Ao discursar em Plenário nesta sexta-feira (27), o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) elogiou o relatório Educação infantil - a primeira infância relegada a sua própria (má) sorte, produzido pelo Ministério Público de Contas do estado do Rio Grande do Sul. Ele afirmou que o documento "aborda de maneira exemplar, e bastante didática, a delicada questão do desenvolvimento educacional da primeira infância no Brasil como um todo e, particularmente, no Rio Grande do Sul".
Segundo Zambiasi, o estudo demonstra que o país "está muito longe de proporcionar à primeira infância os cuidados necessários". Essa desatenção, destacou ele, tem entre suas conseqüências os crescentes níveis de criminalidade, a manutenção dos indicadores sociais em "padrões degradantes" e a exclusão de uma parcela significativa da população de baixa renda do mercado de trabalho.
O senador ressaltou que o estudo está embasado em números e "análises bem fundamentadas". Entre esses dados, ele citou os apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quais apontam que apenas 19,66 % das crianças brasileiras entre zero e seis anos freqüentavam escolas na época da pesquisa.
- Um percentual que levou a Unesco a selecionar o Brasil para a realização de um estudo específico, ao lado do Quênia, da Indonésia e do Cazaquistão - declarou o parlamentar, referindo-se à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Zambiasi também mencionou, a partir do relatório do Ministério Público de Contas do Rio Grande do Sul, os resultados obtidos em 2003 com uma prova realizada pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Nesse exame, jovens de 15 anos, de 41 países, foram avaliados em leitura, Matemática e Ciências. Como registrou o senador, os representantes de Brasil, México e Uruguai "tiveram notas muito próximas da mínima" nessas matérias.
- Foram os resultados mais baixos entre os quarenta e um países avaliados - disse ele.
O senador frisou que, além do diagnóstico, o relatório também apresenta propostas, como a de que os órgãos de controle externo "ampliem seu foco de análise e não se limitem à mera verificação de questões legais, como o cumprimento dos percentuais mínimos de aplicação de recursos na área de educação".
- Esses órgãos devem verificar se tais recursos estão sendo, de fato, aplicados de maneira eficiente e eficaz - argumentou Zambiasi.
27/06/2008
Agência Senado
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