Zambiasi quer mudança de matriz energética brasileira e incentivo ao carvão mineral



O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) defendeu nesta terça-feira (10) investimentos na reintrodução do carvão mineral na matriz energética brasileira. Ele apontou as vantagens econômicas e ambientais da geração de energia deste tipo, que seria ainda um elemento regulador do sistema elétrico brasileiro, diminuindo os riscos de desabastecimento e racionamento.

- Já existem tecnologias de queima limpa de carvão. Não apenas podemos utilizar esse combustível com maior segurança ambiental, como reutilizar rejeitos que constituem um antigo passivo ambiental nas antigas zonas de produção de minério - disse o senador que registrou a realização, na semana passada, de seminário internacional para discutir o assunto, patrocinado pela Câmara dos Deputados e pelo Ministério de Minas e Energia.

O uso do carvão mineral em usinas termelétrica, disse Zambiasi, estaria associado à geração de novos empregos e novos produtos nas indústrias de cimento e fertilizantes.

- Menor passivo ambiental, com multiplicação de benefícios sociais - frisou. Zambiasi disse ainda que o projeto de reinserção do carvão na matriz energética somente terá sucesso se contar com a participação da iniciativa privada. Para isso, sustentou, é necessária a colaboração do capital privado, nacional ou estrangeiro, articulado com os governos estadual e federal.

- O governo federal precisa ocupar seu espaço rapidamente, definindo regras comerciais e operacionais, assim como os incentivos necessários à consolidação dessa alternativa - disse.

No Brasil, conforme dados citados pelo senador, as reservas carboníferas, estimadas em 32 bilhões de toneladas, estão localizadas no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Esta, segundo o senador, é a maior fonte nacional de energia não renovável. As reservas mundiais do carvão são suficientes para 500 anos, disse o senador, enquanto as de gás deverão se esgotar em menos de 100 anos. Ele lembrou que nos Estados Unidos o carvão representa 52% da matriz energética; na Alemanha, 51%; na Polônia, 96%, e na China, 78%.



10/06/2003

Agência Senado


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